domingo, 27 de junho de 2010

Copa e dieta não combinam

Embora eu não tenha mais escrito nada sobre o assunto, a minha luta contra a balança continua e eu estou ganhando. Mas o grande problema é que quanto estabilizei nos 52 kilos chegou a Copa.

Qual o problema? Bom... quando uma mulher gosta (e muito) de futebol, isso significa que em caso de nervosismo, lá se vão as unhas... caso se queira a preservação das queridas, elas são substituídas por pipoca, rapadurinhas, chocolates... e a academia acaba sendo "matada" nos dias dos jogos, afinal... depois que já se está em casa, não se vai sair.

O objetivo continua... 48 kilos até dezembro, ainda bem que em julho a copa acaba.

Capítulo 2

Rio de Janeiro, favela Porto Seco

“Sacode a bundinha, dá uma reboladinha, desce e vai... vai...vai...vai”

Doca estava encolhido entre as paredes de madeira podre, espiando pelas frestas as meninas dançando o funk da moda. Só de calcinha, elas se exibiam para o Bagão, traficante e dono da área. Embora todos soubessem que Bagão era viado, ele insistia em se fazer de homem. Pelo menos seus inimigos acreditavam.

Depois de quinze minutos acocado, Doca sentiu o pé esquerdo formigar e decidiu sair dali. Se ele fosse achado, Bagão faria ele descer... e a descida não seria tão indolor quanto das cachorras que se exibiam.

Desceu as escadas devagar e se dirigiu a uma mata próxima. Olhou para o céu, a mãe deveria demorar mais umas duas horas para chegar. Era dia de fazer faxina na zona sul.

A criançada jogava bola nos espaços entre os barracos, os olheiros observavam o movimento da polícia e os comerciantes ficavam de olhos nos pequenos, para evitar os furtos. Mas isso não era visível depois das duas grandes árvores.

Doca, nascido Eduardo, sentia que ali era um mundo à parte. Durante o dia ninguém ia ali, mas a noite ficava lotado de jovens casais populando ainda mais a favela e de filhinhos de papai procurando algo para “viajar”.

Depois de cinco minutos de caminhada, havia um riacho. Uma água estranhamente cristalina que oferecia um banho melhor que chuveiro. Doca tirou a roupa e mergulhou. Lembrou da história que a professora havia contado de manhã e se imaginou um mergulhador procurando tesouros. Começou a procurar pedras... achou tampinhas, um brinco de pena e camisinha. Foi se aproximando de um buraco, que formava uma falsa caverna, naquele ponto a água era mais baixa e Doca foi obrigado a ficar de pé. No primeiro passo com o pé direito, sentiu uma dor no dedão. Pegou a pedra que o machucou, tinha o estranho formato de triângulo e com a luz, tinha um reflexo amarelo escuro e rosado.

Sentado na beira da caverna, ficou observando o seu pequeno tesouro. “Hoje é o meu dia de sorte” pensou, com um sorriso nos lábios “e sei que hoje tudo vai mudar”.

O sol já desaparecia no horizonte quando Doca voltou até o barraco. E preparava para dar uma desculpa esfarrapada, mas a mãe ainda não havia chegado. Pegou os cadernos e começou a fazer o tema de casa.

– Oi meu bem.

– Mãe, que demora – Doca se assustou ao ver o estado da mãe. Ela estava toda suja, no rosto uma mancha roxa. – O que houve?

– Nada meu filho. – tentou sorrir, enquanto limpava uma lágrima de seus olhos – Desculpe, não consegui trazer nada de comer. Mas acho que tem um pouco de farinha ainda.

– Mãe. O que aconteceu?

– Nada meu filho. Você é uma criança, não se preocupe com isso.

– Eu já tenho dez anos mãe. Quem fez isso?

– A polícia nos confundiu com os bandidos... nada de mais.

– Como nada de mais, mãe?

– Somos favelados filho. Mas se você estudar, vai virar doutor. E tudo isso vai mudar. Vamos sair daqui.

– Devíamos falar com o Bagão.

– Não. O Bagão é bandido. Você não vai ganhar nada além de um tiro no meio da testa com ele.

– Como o meu pai?

– Isso. Como o Josias. Mas tenha calma Doca, amanhã vou ver uma vaga em que a família disponibiliza uma casa. Se eles e aceitarem, vamos nos mudar para perto da praia.

– Eu vou poder ir junto?

– Sim... nossa vida vai começar a mudar. Você não vai acabar como o Josias nem ser ignorante como eu.

– Você não é uma ignorante mãe. Você é uma grande mulher. – Doca se aproximou, abraçando a mãe com cuidado.

– E você é um grande filho. – Jussara sussurrou, engolindo a vontade de chorar.

Doca ficou um bom tempo abraçado na mãe. Gostaria de bater no policial que a machucara. Mas tudo ia dar certo, e segurando firmemente a pedra com as duas mãos, rezou a noite inteira para que a mãe conseguisse o novo emprego.

Jussara olhava o filho dormir e torcia os dedos em desespero. Bagão queria seu filho como ajudante nos pontos de drogas. Chegara a bater nela, cobrando a dívida de Josias, que morreu em um confronto com a polícia. Os três quilos de cocaína não valiam a vida de seu filho e a sua última chance era a entrevista de emprego no outro dia.

Não tinha ninguém. Josias havia sido abandonado pela mãe, e contrariando a vida na favela, conseguiu ultrapassar a casa dos cinqüenta anos. Ela tinha apenas dezessete. Ele a engravidou e morreu. Sua mãe tentou ajudar, mas não agüentou quando seu quinto irmão morreu nas mãos do tráfico. Agora era ela e o Eduardo.

A luz que atravessava as frestas de madeira indicava a hora de levantar. Jussara amarrou os longos cabelos negros, vestiu sua melhor blusa e a calça jeans. Quando pensou em chamar Doca, encontrou um par de olhos castanhos a observando. Calado, ele se aproximou e pegou a sua mão, colocou algo gelado na palma dessa, onde Jussara encontrou uma estranha pedra em formato triangular.

– De onde você tirou isso Doca? – perguntou.

– Do riacho. – Jussara levantou as sobrancelhas. – Juro mãe. Achei lá. Perto da caverna.

– Doca mentir e roubar são coisas feias e não vão de levar a lugar nenhum. – disse com voz calma, mas preocupada.

– Eu sei mãe. E não tô fazendo nada disso. – Doca segurou o choro antes de continuar – Juro pelo pai.

– Tudo bem querido – Jussara abraçou Doca – eu acredito em você. Perdoa a mãe, essa entrevista tá me deixando nervosa.

– Leva a pedra junto mãe. Vai te dar sorte.

Jussara guardou a pedra na bolsa e deu um último beijo no filho. Chegou quinze minutos antes da hora marcada. Era uma bela casa de dois andares, com piscina e muito espaço.

– Bom dia! – disse uma jovem na porta – Você deve ser a Jussara.

– Sou eu mesmo.

– Por favor, entre. Venha até a sala para conversarmos.

O tapete era tão grosso que abafava os passos. Jussara notou um gato, de pêlo avermelhado e olhos muito verdes, espiá-la debaixo da escada. Mas não pode observar muito, pois sua anfitriã já sentava em uma grande poltrona bege.

– Sente-se Jussara, você me foi muito bem recomendada pela Carla.

– Bondade dela senhora. A Casa da Dona Carla era muito fácil de ser mantida.

– Não me chame de senhora. – e surpresa sorriu – Desculpe, não me apresentei, me chamo Vanessa. – E apontando para a casa – Apesar de grande, não temos filhos, então o serviço é bem tranqüilo.

– E de bicho, a senhora só tem o gato?

– Me chame de Vanessa ou você. Não temos bicho. Você deve ter visto o gato da vizinha. Mas não tenho nada contra crianças ou animais. Só não temos tempo, nem eu ou meu marido.

– A Dona Carla me disse que é para morar aqui?

– Sim. Temos um mini-apartamento grudado na cozinha. Tem uma pequena sala, um quarto e um banheiro. A cozinha você pode usar a nossa mesmo.

– Não sei se a Dona Carla falou que eu tenho um filho...

– Sei sim. E não tem problema. Exceto nos eventos de negócio do meu marido, seu filho poderá aproveitar a piscina, o pátio e tudo mais.

Jussara saiu com tudo acertado. Foi para a parada listando tudo o que iria levar. No outro dia, ela e Doca estariam em uma casa de verdade. Dentro do ônibus começou a se despedir de cada vizinho. Não iria contar a ninguém o seu novo endereço. Bagão não teria notícia deles. Com um suspiro apertou a bolsa e lembrou da pedra. Ela realmente lhe dera sorte. Foi no momento em que a beijou que escutou a freada.

Doca aguardava ansiosamente o retorno da mãe e por isso não notou a movimentação de ambulâncias. Estava quase roendo as unhas dos pés quando Dona Eva entrou no barraco com os olhos inchados.

O motorista de um caminhão carregado de toras de madeira havia perdido o controle. Da sua mãe, só havia sobrado a bolsa e a pedra. Todos falavam em velório, tragédia e o futuro do menino quando Bagão chegou.

– Não se preocupe Eduardo. – disse sério – Sempre fui muito amigo do Josias e da Jussara e vou cuidar de ti. – completou passando a mão no cabelo de Doca.

Ninguém ousou discutir. As poucas roupas de Doca foram colocadas em uma sacola com o símbolo do Flamengo. Dona Eva ficou encarregada de fazer os preparativos para o velório de Jussara e Bagão levou Doca para o seu barraco.

Durante três horas Doca assistiu a negociações de drogas, armas, licença para negócios e reclamações de prostitutas. Quando todos se foram, Bagão se dirigiu a ele:

– Mermão. Já que você vai depender de mim, vai fazer umas coisinhas.

– Você quer que eu venda drogas na escola?

– Não. Nesse ponto a sua mãe tinha razão. Você é esperto. Você vai estudar de dia e me agradar à noite.

Dizendo isso Bagão tirou as calças e encarando Doca, sorriu maliciosamente.

– Me chupa.

Doca ficou paralisado. Sabia que nem o pai nem a mãe iriam querer aquilo. E não era por estar sozinho que se entregaria a uma vida fácil assim.

– Não. Eu vou embora.

– Você não vai a lugar nenhum moleque – Bagão pegou Doca pelos cabelos – você vai ficar aqui, a favela é a sua casa e agora eu vou cuidar de você e você vai dar prazer pra mim. – dizendo isso, empurrou a cabeça de Doca abaixo de sua cintura.

Doca nunca soube dizer como aquela faca foi parar na sua mão. Mas foi rápido em passa-la na genitália de Bagão, que arregalou os olhos quando viu seu pênis cair inerte no chão, enquanto urrava como um animal.

Enquanto Bagão rolava no chão, espalhando sangue no jornal antigo que servia de piso, Doca pegou sua sacola de roupa e a bolsa da mãe e saiu correndo. Não demorou muito para os capangas de Bagão saírem atrás, mas Doca já estava chegando a caverna.

Passou a noite ali, escondido. Quando o sol nasceu, ele começou a buscar uma saída. Sua única certeza era que tinha que ir embora do Rio. Seguiria a primeira estrada que encontrasse. E depois de horas de caminhada, chegou a Duque de Caxias.

sábado, 26 de junho de 2010

Capítulo 1 - Continuação

O bar era pequeno, todo colorido e com um mesanino. Sentaram em uma mesa no canto, perto do ar condicionado. Desistiram e acabaram trocando de mesa, era melhor o calor do que o barulho. Eram dez da noite quando a garçonete trouxe um pequeno bolo com uma vela. Suas colegas começaram a cantar parabéns e o restante dos clientes acompanhou. Fechou os olhos e fez o único desejo que lhe veio a mente.

– O que você desejou? – perguntou Ane.

– Um milagre.

Suas colegas se entreolharam, Renata pegou uma sacola e de lá tiraram uma bonita embalagem.

– Bom... acho que milagre não faz.. mas diz o vendedor que atraí energias positivas.

Lúcia abriu com cuidado o pacote azul com laço dourado. Dentro, havia uma pedra de formato triangular. Ao retirar o pequeno objeto do pacote a luz fez com que reflexos amarelo escuro e rosas surgissem.

– É lindo. – agradeceu com um sorriso


Quando chegou em casa, todos dormiam. Caminhou silenciosamente até o quarto e colocou a pedra em uma cômoda próxima a sua cama. Vestiu o pijama e antes de se deitar, passou o polegar pela parte áspera da pedra e pediu “Me ajude a encontrar um milagre”.

O ar que respirava estava quente e pesado, quase tão pesado quanto seu peito. Por um breve instante, sentiu-se tomada por uma tristeza. Abriu os olhos devagar e se deparou com um par de olhos verdes. Gritou.

– O que foi isso? – perguntou a mãe na porta do quarto.

– Cadê? – Lúcia estava sentada na cama, olhando para todos os lados.

– Cadê o que Lúcia?

– O gato... o gato que estava aqui na cama, olhando pra mim?

– Enlouqueceu Lúcia. O que você andou bebendo ontem?

– Nada mãe. Tinha um gato em cima de mim. É sério.

– Tá. Então levanta e te veste, antes que se atrase.

Afastando as cobertas, colocou os pés no chão frio. Deu uma olhada embaixo da cama, ao levantar a cabeça, sem perceber, concentrou sua visão no presente ganho. Com a claridade da janela, o pequeno triângulo tinha reflexos dourados e rosas. Era uma peça bonita. E se as meninas estivessem certas, talvez trouxesse a sorte que tanto precisava.

Encontrou a mãe tomando café e lendo o jornal. Como de costume, não tomou conhecimento da sua presença. Lúcia foi até a cozinha e se serviu de uma xícara de café. Não tinha pão, muito menos um bolo. Ainda se surpreendia pela falta de carinho da mãe, nem um beijo, abraço ou desejo de parabéns.

Sabia que isso não tinha haver com a morte do pai ou dificuldades financeiras, sempre foi assim. Chegou a pensar que era adotada, mas a marca em formato de lua crescente, no braço esquerdo, tornava inegável aquela relação.

– Bonita a pedra que você ganhou – disse a mãe.

– Como? – Lúcia reagiu surpresa – ah sim... foi um presente das minhas colegas.

– Elas poderiam ter te dado algo mais útil, como um livro.

– Um livro é muito caro, mãe. O presente é apenas uma lembrança.

– Não, aquilo é uma pedra de verdade. É gelada mesmo depois de ficar um tempo na mão. Não é coisa barata.

– Bom... foi um presente das minhas colegas, não cabe a mim escolher nem a senhora opinar. Afinal, não lhe diz respeito.

– Mais respeito, menina.

– Elas pelo menos se lembraram. E a senhora, nem um abraço?

– Deixe de bobagens. Vá escovar os dentes e te manda. O ônibus passa em dez minutos.

Joana esperou a filha largar a xícara na cozinha e correr para o banheiro. Lúcia era como ela quando jovem, sem graça e sonhadora. Pelo menos não havia cometido o mesmo erro de engravidar do primeiro homem que se interessou por ela. Mas não conseguia amar a filha, ela era a lembrança de todos os seus erros. Como seu pai havia lhe dito, se era para engravidar, que fosse de um homem rico, mas nem pra isso servia. Fechou o velho robe e foi até o quarto do filho. Ele sim, ele era o seu único acerto.

– Querido. Levante, hora de ir para a aula.

Lúcia sabia que em sua família, apenas filhos homens eram valorizados. Era o que dizia o seu avô, que sempre contava a história de que perdera a herança por ter tido uma filha mulher e que todo o dinheiro havia ficado com a irmã, que havia parido um varão.

“Besteira” pensou Lúcia, enquanto desviava do buraco da calçada, “vovô bebia e depois inventava essas histórias. E a burra da minha mãe acredita até hoje. Se fosse verdade, teríamos conhecimento dessa gente.”

Capítulo 1

Porto Alegre, nos dias de hoje

– Não sou nem de direita nem de esquerda – declarava Lúcia em alto bom som – estou do lado de quem me proporcionar um bom salário, casas, carros e claro, viagens anuais a Paris.

–Não posso continuar ouvindo isso – reclamou o colega que sentava a sua frente – quem a escuta, pensa que é uma burguesa e não uma jovem que estuda e trabalha.

– Ai que você se engana – comentou uma morena mordendo a tampa de uma caneta – se ela fosse burguesa ela estava fazendo e não falando.

As cinco mulheres que estavam na sala riram. Junior deu os ombros e fixou seu olhar no relatório que se apresentava na tela. Já estava acostumado aos papos femininos, na segunda: tpm, terça: trânsito, quarta: tv, quinta: desejo de ficar rica e sexta: homens. Só tinha que agüentar mais três horas de sonhos frustrados e um dia sobre homens sarados e charmosos para chegar a sua cerveja.

– Deixa essa mala pra lá – brincou uma das garotas – me diga Lúcia, aonde iremos comemorar o seu aniversário?

– Ai Ane, hoje todas temos aula.

– Mas hoje podemos abrir uma exceção, não é Renata?

A morena concordou, tirando a caneta da boca.

– Claro! Clarissa e Soraya já reservaram uma mesa na Calçada da Fama.

– Não – negou Lúcia – Lá é muito caro.

– Uma vez na vida outra na morte não irá te deixar miserável – gritou Clarissa – Além disso... a fatia de bolo é por nossa conta.

– É só não encher a cara – piscou Soraya.

Lúcia não conseguiu resistir, ligou pra casa e avisou a mãe. Pensou ter ouvido um suspiro de alívio, dessa forma desobrigava a mãe a gastar com qualquer coisa. Não que a mãe fosse avarenta, longe disso. Mas, desde a morte de seu pai, elas viviam com dificuldades financeiras. E ainda havia o irmão, que com apenas quatorze anos, não podia trabalhar e estava tendo que se readaptar a nova realidade.

O relógio bateu seis horas, Junior conversou rapidamente com Renata e sumiu. Lúcia se dirigiu ao banheiro. Quando começou a trabalhar na J&J consultoria, ha dois anos atrás, se apaixonara por Júnior, mas esse nunca tomara conhecimento de sua presença. Soltou os cabelos castanhos e abriu a necessarie. Enquanto passava o lápis para destacar os olhos também castanhos, lembrava de Clarissa dizer que achava que ele era bicha. Quando Ane discordou rapidamente, acabou em uma armadilha e confessando um relacionamento relâmpago com o coordenador.

“Logo em seguida ele arrumou uma gringa em Bom Retiro, então ele fica galinhando nos bares durante a semana e nos sábados e domingo ele desfila com sua loira metida a top model”.

Observando o corpo magro no espelho, Lúcia sabia que não era feia, mas para modelo também não servia. “O que adianta? Ele nunca vai me enxergar mesmo. Caia na real, você está fazendo 26 e não dezesseis” reclamava baixinho apontando o dedo para a própria imagem “se eu continuar me criticando assim, daqui a quatro anos será uma balzaquiana solteira e totalmente encanada”.

– Vamos garota – disse Soraya abrindo a porta do banheiro – Já está linda. Se fizer mais alguma coisa, não vai sobrar nenhum pra mim.