quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Eu queria uma máquina do tempo

Eu queria uma máquina do tempo que me fizesse voltar ao dia em que escolhemos o banco em que iríamos realizar o financiamento, sabendo que a primeira pergunta que eu deveria fazer aos outros bancos não era o valor da taxa, mas se eles tinham parceria com a mesma assessoria de crédito imobiliário da construtora.

Eu queria uma máquina do tempo que me fizesse retornar ao momento em que escolhemos o nosso apartamento, e assim não fechar negócio.

Eu queria voltar no tempo no momento em que resolvi trocar de carro, e naquele momento não comprar uma bala sequer, e economizar tudo para comprar a minha casa ou apartamento à vista.

Mas não existe uma máquina do tempo, apenas a dor que faz com que eu chore convulsivamente enquanto escrevo estas palavras. No momento nada pode aliviar a frustração que eu sinto por ver todo o nosso processo de compra do que deveria ser o nosso primeiro lar se transformar em um recordista de erros.

Casar e não poder dividir o mesmo teto com a pessoa escolhida, ter um imóvel em seu nome e não saber onde vai morar no mês de fevereiro. Estar numa corrida contra o tempo e vendo todas as suas chances diminuírem mês a mês.

E eu que resolvi iniciar 2011 tendo mais fé nas pessoas, chego nos seus dias finais não tendo mais fé nem em mim mesma.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Talheres e Time

Praça de alimentação do Shopping Iguatemi. Aproveitei que estava de férias para realizar as compras de natal, o que nos possibilitou almoçar um pouco mais cedo do que a grande maioria.

Enquanto aguardávamos os nossos pedidos, um casal de idosos sentou-se à mesa ao lado. Ambos com o cabelo pintado. Ele de camisa, casaco, calça social e sapato. Ela de vestido e com jóias. Muito bonitos e arrumados.

Mas o que nos deixou literalmente de boca aberta foi o momento em que ele resolveu retirar a bandeja usada que se encontrava na mesa escolhida. O fato de coloca-la em outra mesa não causou estranhamento, mas sim de pegar os talheres que estavam na mesma e colocar na sacola de supermercado que eles carregavam.

Um pequeno furto, já que o cargo e faca não devem custar dois reais se vendidos de forma avulsa, mas o ato em si foi muito chocante. Fiquei pensando o que faz as pessoas se exporem assim. E se um segurança visse? Eles não se importam com a possibilidade de alguém da limpeza ser acusado pelo sumiço dos talheres de um restaurante? Ou o sentimento de impunidade é tão forte que tanto faz tanto fez?

Isso me fez refletir que quase todos são corruptíveis quando estão em uma situação que a oportunidade aparece. Qual a diferença entre um político que desvia o dinheiro da saúde para benefícios pessoais e o casal de velhinhos que roubou um par de talheres com cabo azul? Nenhuma. Ambos furtaram sem acreditar em nenhuma forma de punição.

Neste momento senti um desanimo, pois como acreditar em um país mais justo quando as pessoas são desonestas nas pequenas coisas, jogam lixo na rua, fazem mais protesto por um cachorro abandonado do que por uma criança largada dentro de um saco de lixo?

Então a revista Time elege como personalidade do ano os protestantes. E fiquei pensando se esses poucos que se reúnem podem fazer a diferença? Será que nos quatro cantos do mundo existe esperança de se fazer algo melhor? Espero sinceramente que sim.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Ah, eu não sou gaúcho

Na sala de café da manhã em um hotel em Gramado, o atendente explica para os turistas vindos, pelo sotaque, do nordeste do Brasil:

- Os gaúchos são os descendentes dos índios. Eles que usavam as facas, calças e botas que hoje fazem parte das tradições nos CTGS.
- Mas aqui são todos gaúchos, não? Pergunta o turista.
- Não – responde o rapaz – Aqui em Gramado são os descendentes de alemães, em Canela estão os gaúchos.

A conversa seguiu com informações totalmente desconexas. Quando a turma foi embora, o casal que estava ao nosso lado chamou o rapaz, que se animou no mesmo tom da conversa. Lá pelas tantas, a senhora questiona:
- Mas você não é gaúcho?
- Não, eu sou descendente de alemão.
- E onde você nasceu?
- Aqui.

Lembrei-me dos estádios de futebol, onde diferentes pessoas, de todas as descendências, raças e crenças gritam em alto e bom tom “Ah, eu sou gaúcho”. No caso do rapaz, imagino que ele não se considere nem brasileiro. O que talvez não saiba é que se ele for fazer uma viagem para a Alemanha, não será tratado como um deles, mas como um turista, pois por mais que ele negue, ele é brasileiro e gaúcho.

Fiquei imaginando o que gera essa necessidade de superioridade pobre, onde o preconceito é latente em cada palavra, onde o racismo com a cidade ao lado é claro como água. O quanto isso deve afetar o nosso dia-a-dia? A escolha dos políticos? O que deve ser melhorado? O que deve ser preservado?

São pessoas que não amam a terra que acolheu os seus antepassados, que as renegam mesmo quando tiram o seu sustento dela. A ignorância sobre a história é aceitável, mas essa negação é digna de obrigar a criatura é frequentar um curso de cidadania.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Enquanto água

No segundo semestre de 2007 tive o prazer de frequentar as aulas de narrativa curta ministradas pelo professor e escritor Altair Martins. Entre debates e leitura de nossos próprios contos, Altair nos apresentava alguns inéditos de sua autoria.

Como já dizia um antigo comercial de TV “o tempo passa o tempo voa” e eu recebo um e-mail para o livro de contos do Altair com o título “Enquanto água”, local ao qual os contos lidos em sala de aula pertenciam. Dei um jeito na agenda e sábado à noite me fui para a Feira do Livro de Porto Alegre.

Junto com a minha querida amiga Karen comprei o livro e foi com emoção que vi nas páginas finais o agradecimento à turma do curso de formação de escritores e o meu nome lá, listado. Quase chorei, afinal, não é sempre que participamos dos primeiros passos de um grande escritor e ainda somos lembrados por ele.

E também fica claro como esse período foi inesquecível para todos os que compartilharam momentos de risada, brigas e lágrimas, pois em um curso em que as pessoas almejam escrever, não poderiam faltar sentimentos e emoções.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Outubro com cara de agosto

Todos os anos vejo anunciarem o mês de agosto como a época do cachorro louco. Pelo que pesquisei, a origem está com romanos, mas a causa é desconhecida. Mas isso pra mim não é de grande importância, pois neste mês nasceu a grande diva pop Madonna, o que dá muitos pontos positivos para o tão falado mês.
A questão é que o mês do cachorro louco em 2011 pra mim foi outubro. Recheado de pequenos problemas e incidentes que demoliram com o meu sono e me fizeram lavar os olhos com frequência. Podem observar, nem mesmo a primavera quis dar as caras por aqui (pelo menos no Sul).
Então fica o meu desejo neste dia tão especial que é o 31 de outubro: que venha um novembro novinho em folha, cheio de noticias gostosas, eventos alegres, recheado de felicidade e paz.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Cronistas viajantes: Lili, a burocrata

Não, não é tão fácil me conquistar. Meu coração é como uma repartição pública. Primeiro você apresenta um documento em 3 vias coloridas, que neste caso é um buquê de flores, um bicho de pelúcia e uma joia.

Se os três estiverem Ok, você ganha uma licença com direito a me levar para jantar. O restaurante deve ser de boa qualidade, servir tanto coisas lights como não lights, pois o meu desejo de ingestão alimentar muda conforme o dia.

Passado o teste do jantar, podemos combinar uma caminhada no parque ao domingo, para que eu faça uma verificação da área física. Sendo aprovado nesta etapa, podemos ir para a etapa seguinte que é uma ida ao cinema para avaliação cultural.

Se receberes o carimbo de Ok em todas essas etapas, podemos trocar um beijo e ai quem sabe um namoro.

Achou difícil? É que você ainda não viu as etapas para o noivado.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Sumida

Meu tempo anda bastante escasso, por isso não ando conseguindo atualizar o meu querido blog. Mas espero ir normalizando tudo na próxima semana e retornar ao ritmo de pelo menos dois textos semanais.

Enquanto isso deixo vocês com uma história que ouvi no dia de hoje.

Eram duas horas da manhã quando Márcia, uma recém-casada, acordou com vontade de fazer xixi. Não querendo afastar o sono, ela foi tateando no escuro até chegar ao vaso sanitário, onde simplesmente sentou.

Carlos foi acordado com o grito da esposa. Ao correr até o banheiro, encontrou a esposa entalada na louça, que não encontrava nenhum apoio para dali sair. A causa da confusão: ele não havia baixado a tampa do vaso após utiliza-lo.

Por isso meninos, lembrem-se: ao usar o banheiro, baixem a tampa, mais do que higiene e educação, pode ser uma questão se segurança.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Quem é prejudicado pelas greves?

Nas últimas semanas uma onda de greve e paralizações têm assolado diversas áreas alterando o nosso dia-a-dia. São correios, bancários, polícia, professores, médicos, barraquinha da esquina. Só que ao parar para analisar, os únicos prejudicados são a população, que fica de braços amarrados vendo a sua vida sendo atrasada.

Os correios, por exemplo, as empresas simplesmente mandaram os seus clientes pegarem pelo código de barra. Eu, particularmente, não sofri, pois os correios na cidade onde eu moro já costumam não entregar as correspondências (nem SEDEX chega de primeira) e já estou acostumada a buscar meios alternativos, então o único aumento que eu daria é de vergonha na cara, pois de salário eles estão longe de merecer.

O pior, para mim, é a greve dos bancários. Aliás, estou numa campanha ferrenha pela automatização dos financiamentos imobiliários, pois como se não bastasse o atraso da construtora, quando os papéis vão ser liberados essas pragas param. E não sou só eu, pois com a greve dos correios, a população não tem acesso a todos os docs de pagamento, idosos não conseguem receber, é necessário rezar para o caixa eletrônico ter dinheiro. Enfim, os banqueiros estão se lixando e a população se ferrando.

A última que escutei foi uma paralização dos médicos em protesto ao repasse dos planos de saúde. Lamento informar, mas os planos lucram com o não atendimento de vocês, e quem paga um plano de saúde o faz para não depender do SUS, pois pelos preços proibitivos das consultas particulares, não podem nem cogitar outra forma de atendimento.

Minha sugestão para essa turma? Façam como a maioria das pessoas da iniciativa privada: no caso de insatisfação, procurem um emprego melhor, ou trabalhem com planos que paguem melhor. Pois os únicos lesados são os que dependem do serviço e não os que continuam lucrando (independente do funcionamento ou não) com eles.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

A criança que existe em mim

Apesar de ter deixado a infância há muitos anos, gosto de cultivar a pequena criança que vive em mim. Graças a ela mantenho minha ironia e criatividade sempre na ativa. Está certo que nem sempre consigo passar para a escrita, afinal, o pensamento é mais rápido que a velocidade da luz e o medo de não ser entendida é algo que ainda me aflige.

Mas voltando a data, que é feriado por causa de Nossa Senhora (vamos deixar isso claro desde o início), me trás várias recordações. Como idas ao zoológico, a minha primeira Barbie e brigadeiro. Aliás, acho que o brigadeiro é o melhor símbolo desse período.

Ser criança é brincar, rir, estudar e não se preocupar. Bolar planos mirabolantes, virar super herói, e às vezes até ser um monstrinho. Ter os joelhos pretos de cair de bicicleta, inventar coreografias e colocar os sapatos da mamãe para depois voltar para o tênis da moranguinho.
Por isso não sejam crianças, mas mantenham um pedacinho dela. Quem sabe assim o ser humano volte a se respeitar mais. Aproveitem o seu dia e divirtam-se.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

O Fim de uma era


Pouco tempo atrás li um livro sobre a forma de comandar de Steve Jobs. Concluí que iriamos brigar muito se eu fosse sua subordinada, mas eu também iria aprender muito.

Jobs é um ídolo nerd. Criativo, inovador, perfeccionista. Um homem que mudou as necessidades da população mundial com equipamentos que poderiam ser brinquedos, mas que devido ao seu carisma, tornaram-se essenciais.

O que dizer de um homem que não precisou frequentar uma faculdade para atingir o sucesso, mas serviu de inspiração para o curso em que me formei? Que fundou um estúdio com desenhos que amam e transformou o meu celular em xodó?

Ao ler a notícia na última quinta, fiquei triste pela sua família e por nós. Jobs é uma inspiração para quem pertence à comunidade da informática e um revolucionário para os amantes da tecnologia.

Sinto-me órfã e preocupada. Pois quem irá mexer com os nossos sentidos agora? Quem irá estimular a indústria? Ficaremos estagnados esperando um novo visionário, ou haverá herdeiros secretos que agora irão mostrar o seu talento?

No mundo dos “eu”, só existe uma certeza, Jobs irá fazer falta.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Esperando virar passarinho



Existe um poema muito bonito do Mário Quintana que diz:

Todos esses que aí estão
Atravancando meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!

Nos últimos tempos estou tentando buscar consolo nas palavras do poeta, mas nem isso segura o meu desejo de pegar um guindaste e tirar algumas pedras gigantes que atrapalham os meus planos ou me impedem de seguir em frente.
Essas pedras podem vir de mim mesma, como uma preguiça desproporcional, falta de concentração e até mesmo uma ansiedade extrema, que me faz comer além da conta, sabotando todas as minhas conquistas dos últimos anos.
Também podem ser pessoas sem noção, que tu olhas e pensa no por que daquela criatura estar ali. Principalmente quando a mala vem pelas próprias pernas. Parece quase uma sacanagem do destino.
Entre crises de raiva, insônia e choro, revessadas com momento de alegria, verdade e amizade, espero minhas asas crescerem e assim ver se pelo ar as nuvens são obstáculos mais leves de ultrapassar.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

?

Uma pitada de melancolia, um esforço para não derramar lágrimas a luz do dia
Tudo pareceria besteira, se a dor não saltasse do peito
Dúvidas acabam sendo levantadas, e o que parecia tão certo agora é incerto
Medo dos sentimentos, medo infantil de errar
E se tudo for um sinal do destino para que se mude o caminho
Como um outdoor dizendo que ainda dá tempo
Que se você seguir em frente, irá se arrepender
Ou será apenas um julgamento injusto
Usando como base pessoas que nem deveriam ser lembradas
O jeito é enquanto não se chega a uma conclusão
Afogar a cara em uma barra de Kit kat.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Imposto no lugar da concorrência

Carros com design moderno, com itens até pouco tempo nem sonhados por boa parte da população brasileira, começaram a fazer frente às principais montadoras brasileiras. Vendo o atendimento e o produto diferenciado abocanhando uma fatia do mercado que antes lhe pertenciam, qual foi à solução encontrada pelas empresas que possuem fábrica no Brasil?

Não, não foi a decisão por melhorar o atendimento ou o produto oferecido. Foi bem mais fácil pressionar o governo para taxarem os carros que estavam conquistando os brasileiros, aumentando assim, em mais de 25% o valor do sonho de consumo de muitos.

Alguém me falou que era para preservar as montadoras com fábrica no Brasil. Mas não concordo. As grandes marcas estão perdendo cliente pela forma de negociar (onde até o tapete é cobrado) e pelo pós venda, pois a manutenção de um carro mil beira o absurdo devido ao preço da mão de obra cobrada.

A entrada dos importados deu uma apimentada na concorrência, e mostrou o que existe de bom no mercado, algo que nos era renegado há muito tempo. Com isso, a única coisa que essa medida faz é prejudicar os compradores e devolver os grandes para sua zona de conforto.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Quando nem o sinal de fumaça aparece

Hoje o dia foi especialmente confuso. Entre o meu recente vício por Kit Kat, orientação ao pessoal novo, aposentadoria do REM e decisões que eu não estava preparada para tomar, fica difícil qualquer coisa aparecer no meio da confusão.
Uma amiga me disse que o marido lhe trouxe um livro bem legal, chamado “Por que os homens se casam com mulheres poderosas”. Nestas últimas semanas eu confesso, não queria ser poderosa, queria ser dondoca.
Meu cansaço é extremo. Não consigo nem entrar em crise. Acho que nem ritalina prende a atenção. A dor de estômago voltou a ser minha amiga diária, e os livros seguem abandonados junto de milhares de papéis que ocupam minha pequena mesa.
Tendo enxergar um sinal, mesmo que seja de fumaça, para me orientar no meio dessa confusão, mas ou os óculos estão embaçados, ou estou tão soterrada que nem ela consigo enxergar.
Mas chega de conversa e me vou enfrentar meus monstros, nem que seja através da agenda, o GPS manual do meu mundo atual.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Clube de Leitura - Outubro




Sinopse: Quando um casal de classe média se separa, a caçula, Virgínia, é a única das três filhas que vai morar com a mãe. É do ponto de vista dessa menina deslocada e solitária que se narram os dramas ocultos sob a superfície polida da família.


Clube de Leitura Penguin-Companhia/Livraria Cultura

Sábado, 08 de outubro

LIVRO: Ciranda de Pedra,de Lygia Fagundes Telles. Companhia das Letras, 2009

HORÁRIO: 16h às 17h

LOCAL: Livraria Cultura do Shopping Bourbon Country

Mediação: Giselle Gazzana

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Eu nunca quis ser miss



Apesar de adorar a Barbie, nunca me identifiquei com ela. Já desejei ser a Rita Lee, a personagem da Malu Mader em Fera Radical e até a Madonna, mas nunca quis ser miss.
Ontem, quando coloquei na Bandeirantes esperando assistir o CQC, me deparei com um desfile de moças de várias partes do mundo com esse sonho: o de receber o título de mulher mais bela do mundo.
Mas achei algumas bem padronizadas, parecendo mais os cabides de passarela (vide magreza da representante dos Estados Unidos), do que beldades que já inspiraram até nome de torta, como a Martha Rocha.
Em todo caso, entre um meio sono, meio acordada, acabei torcendo pela simpática Leila Lopes, representante de Angola. Uma menina de sorriso lindo, com um jeito simples, que parecia perdida na calda do vestido, mas cheia de alegria ao falar. Curiosamente ela foi à vencedora. O que esse resultado significa? Eu não sei, alguns vão dizer que é a globalização da beleza, o fim dos preconceitos. Mas o interesse sobre o assunto acabou junto com essa crônica, pois continuo não querendo ser miss (mesmo após ter lido o pequeno príncipe).

domingo, 11 de setembro de 2011

Onde você estava?

Uma pergunta que parece mais de uma namorada ciumenta é a figura principal nos jornais e programas de TV no dia de hoje: Onde você estava quando as torres gêmeas foram atingidas? Sem querer, me peguei pensando naquele dia.

No momento da colisão dos aviões eu estava na aula, era a única manhã que eu tinha liberada pela empresa que eu trabalhava para cursar uma cadeira que estava me trancando toda a faculdade. Eu sempre almoçava em casa, e por isso na saída da aula, em plena BR 116, ouvi todo o alvoroço pelo rádio sem entender muita coisa.

Foi na primeira garfada que assisti as torres caírem, não me lembro se foi ao vivo ou uma das milhares de reprises daquele dia. Ao chegar no meu setor, todos em alvoroço, ataque terrorista afirmam uns, é o fim do mundo declaravam outros.

O mundo ficou em choque por alguns dias, enquanto os americanos retiravam os entulhos para se reconstruir, eu fui derrubando algumas paredes e vi o meu próprio mundo ruir nestes últimos dez anos.

A reconstrução de nossos mitos e sonhos fazem parte da evolução ou decadência de cada um. Ainda vamos enfrentar muitas dores coletivas ou pessoais. Onde eu estava no dia 11 de setembro? Vivendo um dia aparentemente rotineiro, que foi abalado por uma monstruosidade mundial, mas que derrubou algumas torres internas meses depois.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Não recomendo: Comprar imóvel na planta

Devido à experiência que estou vivendo, eu não recomento a compra de imóvel na planta quando você precisa dele para morar (investidores é outro caso). Depois de praticamente um ano de atraso na entrega (só não mando um bolo por que eles não merecem nem isso) constatei que:

1) Se nos dois anos em que fiquei pagando (um ano conforme contrato e um ano do atraso para “segurar” o INCC) eu tivesse colocado o dinheiro na poupança, eu teria comprado um imóvel melhor ou teria um financiamento menor;
2) Multa com valor relativamente justo, só pagando um advogado;
3) O habite-se citado em contratos e aditivos de multa é só a ponta do iceberg, muitos outros papéis irão surgir, o seu saldo devedor irá continuar a ser corrigido, mas a sua multa morreu enquanto eles inventam justificativas para não encaminharem os papéis;
4) O acabamento é pobre, você irá encontrar desnível no piso e contra piso, buracos nas tomadas e paredes tortas, entre outros;
5) O planejamento pós-entrega deve ser de no mínimo dois anos do previsto em contrato, senão você irá sentar e chorar ao ver ele indo por água ‘baixo;
6) É necessário ter tempo para ir cobrar e ensinar ao pessoal da cobrança da construtora funções básicas da matemática (como porcentagem) e de tempo (de outubro até abril são 6 meses e não 4);
7) Aquela linda área social (que encarece a venda e o condomínio) não é suficiente para todos os moradores;
8) E no meu caso, depois de tanta briga e desgosto, a perda do encanto pelo primeiro imóvel.

Então a menos que o leitor seja do tipo que torre dinheiro e não consiga junta-lo sem ter uma prestação, fica a minha dica: abra uma poupança, deposite mensalmente e depois saia em busca de um imóvel pronto, com piso, estrutura e vizinhos. Em que é só assinar os documentos, sem saldo sendo reajustado, e em um mês ele estará sendo liberado para você morar. É ganho de tempo, de qualidade de vida e paz de espírito.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Pensamento de Terça

Hoje me dei conta de algo muito interessante. Perdi a pressa de que o tempo passasse mais rápido. Já contei meses, semanas, dias, horas e minutos (só não cheguei aos segundos por que era demais para as minhas mechas loiras). Em todo caso, estava sempre esperando por algo que ia acontecer.
Agora vejo que sempre existem coisas acontecendo, e se estivermos com a viseira de cavalo, focados apenas no evento futuro, perdemos os detalhes do agora. Pequenos tesouros como novas amizades, uma paisagem, um sorriso ou até mesmo a vontade de socar alguém. Felicidade e tristeza, leveza e raiva, sentimentos que te dão certeza de estar vivo.
Amanhã é feriado. E como todo mundo, estou contente por poder dormir um pouquinho mais, só que a terça mal começou, o que significa que muitas oportunidades ainda podem surgir no decorrer do dia.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Clube do Livro: Setembro




Clube de Leitura Penguin-Companhia/Livraria Cultura

Sábado, 03 de setembro

LIVRO: Os homens que não amavam as mulheres, de Stieg Larsson. Companhia das letras, 2008
HORÁRIO: 16h às 17h
LOCAL: Livraria Cultura do Shopping Bourbon Country

Sinopse: 'Os homens que não amavam as mulheres' é um enigma a portas fechadas - passa-se na vizinhança de uma ilha. Em 1966, Harriet Vanger, jovem herdeira de um império industrial, some sem deixar vestígios. No dia de seu desaparecimento, fechara-se o acesso à ilha onde ela e diversos membros de sua extensa família se encontravam. Desde então, a cada ano, Henrik Vanger, o velho patriarca do clã, recebe uma flor emoldurada - o mesmo presente que Harriet lhe dava, até desaparecer. Ou ser morta. Pois Henrik está convencido de que ela foi assassinada. E que um Vanger a matou.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Robertinho

Roberto descascava a laranja lentamente. Tinha consciência plena que estava fazendo hora, mas desde que Roberval havia virado seu subordinado no trabalho, seus instintos mais primitivos haviam aflorado. Durante todos os quarenta anos de vida achara que essa história de antipatia era coisa de mulherzinha, mas nas últimas semanas descobrira que possuía um ódio mortal pelo cidadão.
Não que Roberto fosse grande coisa, ele era um homem comum, com pretensões comuns. Seu objetivo principal era realizar um bom trabalho e receber o seu salário no final do mês. As seis da tarde, ele ia caminhando para casa, onde ajudava sua esposa com a janta e brincava um pouco com os filhos.
Roberval era um aposentado que resolvera voltar à ativa. Mais perdido que cusco em tiroteio, se arrastava pelos corredores, colocava a mão no ombro como se fosse íntimo de todos e atrapalhava reuniões para dizer asneiras. Um bolão já havia sido criado, onde muitos acreditavam que ele nunca havia trabalhado na vida, outros diziam que ele era um ator contratado para testa-los. Mas a vítima principal era Roberto, ou Robertinho como Roberval o chamava.
Cada vez que Roberto escutava a palavra Robertinho, seus olhos arregalavam, as mãos formigavam e o coração acelerava. Ele era um homem com um metro e oitenta de altura, chefe de uma equipe com vinte homens. Mesmo sendo mais jovem que Roberval, sentia necessidade de respeito. E era por isso que o inho lhe fervia o sangue nas veias.
Inventou várias histórias, deu inúmeras indiretas, mas nada, absolutamente nada resolvia aquela situação. Até aquela tarde na copa da empresa.
Roberto estava partindo sua laranja ao meio quando Roberval entrou e com um sorriso nos lábios pronunciou “Robertinho, estou com um probleminha com o rapazinho do almoxarifado”.
Os detalhes se perderam entre as lendas urbanas que circulam nos corredores de qualquer empresa. Mas o fato é que o Nestor, rapaz do almoxarifado, sabendo que Roberval iria fazer fofoca a seu respeito, correu para a copa conversar com Roberto antes que o dito o fizesse e se deparou com o chefe cortando a língua do velho e gritando “Está doendo a linguinha, né Robervalzinho?”.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O Tesouro

Não adianta comer apenas o chamado saudável, se não há ninguém para saborear contigo. É perda de tempo praticar esportes se a resistência do corpo nunca é testada. Todos os diplomas são inúteis se não há com quem conversar. O dinheiro se apenas economizado não lhe trará nada demais no futuro.
O verdadeiro tesouro está escondido no presente, nas ações que o tornam eternos. Lembranças inesquecíveis que serão contadas a futuras gerações acompanhadas de gargalhadas gostosas. Fotos que eternizam amizades, mesmo quando quilômetros de distância nos impedem de encontrar.
Sábado vivi um desses momentos únicos. Onde nem o cansaço eliminou a alegria, o sorriso e as brincadeiras de uma turma muito especial. Uma história para contar durante muito tempo. Algo que me fez tão feliz que nem a gripe e a chuva puderam eliminar.
Talvez essa sede de aproveitar seja a verdadeira maturidade. Ser criança e adulto sem prejudicar ninguém e sem deixar de aproveitar ao extremo.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Fúteis e Fofas



Eu sei, parece o ó da futilidade, mas achei tão engraçadinha essas lixas de pelúcia da Cosmix Pro Nail. Enquanto os blogs se dividem nas opiniões dos possíveis perfis de cliente, me recordei de algumas peruas e fiquei pensando em como combinaria com a Viúva Porcina ou a advogada do filme Legalmente Loira.
Olhando pelo lado do uso propriamente dito, ficou uma dúvida em relação ao seu uso, pois como fica a pelúcia com o pó que sai da unha enquanto esta é lixada? Em contrapartida acho que combina como presentinho mimoso para dar as amigas.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Exposição: A Arte de Sentir – Maquetes Táteis


Quando vou ao Bourbon Country em Porto Alegre tenho como hábito deixar o carro no terceiro piso do estacionamento. No último sábado, tive uma grata surpresa ao entrar na porta de acesso ao shopping e me deparar com a exposição A Arte de Sentir – Maquetes Táteis, coordenada pelo Instituto AME.

As instalações se dividem em seis temas: sentidos, cotidiano, vitrines, cultura, lazer e ecoturismo. O legal é que ao tocar nos objetos da maquete a sensação é real. Exemplo: em uma das maquetes tem uma rua, se você tocar nela, tem a sensação de estar tocando o próprio asfalto.

Além de lindas, elas são uma charmosa forma de chamar a atenção para as pessoas com deficiência. No cotidiano, é possível ver partes da casa adaptada a cadeirantes.

Para quem mora em Porto Alegre ou vai estar por aqui, super indico uma passadinha no Átrio do Bourbon. A exposição é gratuita e vai até o dia 31 de agosto. Sei que também irá ocorrer um miniciclo de palestras na Livraria Cultura para os que desejam se aprofundar mais no assunto.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Leite Condensado



Você malha pelo menos uma hora por dia, come frutas e saladas, controla todo o carboidrato. Mas o ponteiro da balança nem se mexe. Esforça-se para tomar dois litros de água, e morre de medo do chefe lhe chamar para perguntar se tem problema na bexiga, mas as pernas continuam grossas como a de uma dançarina de funk.

Às vinte e três horas já está na cama, para garantir o mínimo de sono. Fica ligada em todas as dicas de boa saúde. Na TPM até arrisca uma dieta a base de sopas. Seu armário de cozinha é recheado de produtos gritando a palavra light. Mas a barriga ainda não se parece com o tanque de lavar roupa.

Fecha as revistas furiosas, pronunciando como se fosse um mantra que nenhuma das modelos é bonita como aparecem nas fotos. Lança maldições ao photoshop e afirma sem convicção nenhuma que deixara de seguir todos os padrões de perfeição da sociedade moderna.

Ao terminar de comer a mousse de chocolate, conclui que a culpa de tudo isso é do inventor do leite condensado.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Momento reza forte

O Jornal do Brasil diz que Madonna vem em 2012 se apresentar em terras tupiniquins, a SMIRNOFF® publicou um comunicado que não é no seu evento. Enquanto isso eu rezo para ter a chance de assistir a um mísero show da rainha do pop, de preferência naquela turma que fica grudada no palco, por que ir para São Paulo assistir ela pelo telão é castigo pra mim.







quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Tamanco estampado

Eu não sou muito fã de estampas florais, mas achei esse tamanco da Cristófoli um amor. E como ele é alto na parte da frente, imagino que seja bem confortável. Ele já faz parte da coleção Primavera/Verão, e agora da minha lista de compras para janeiro.

No site tem outras sandálias bem bacanas, incluindo uma coloridona que achei bem diferente, mas não me imagino usando. Ela tem duas versões bem semelhantes, uma com salto Anabela e outra com salto fino (que está no pé da modelo).

Como o verão está chegando (embora o vento frio me lembre que o inverno ainda tem um pouco mais de um mês de vida), acho que já dá para iniciar o namoro com algumas peças.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Who’s That Girl?


Não me lembro do ano ou a ocasião, só sei que era um LP com uma capa vermelha, uma moça loira de cabelos curtos e um convite You Can Dance. Aquele foi o primeiro de vários. Enquanto as meninas colecionavam fotos de atores famosos, eu criava um álbum de fotos da rainha do pop.

Junto com Rita Lee, Madonna é uma das minhas divas. Mulher de personalidade forte, que não entrega os pontos e está sempre a frente dos negócios. Pode posar de submissa, causar arrepios na igreja católica ou passear com os filhos, seu olhar tem um que de desafio, que encoraja aos seus fãs saltarem juntos.

Golpe de marketing? Estilo? Ou falta de decência? Madonna é uma e é várias. Sua voz não é the best off, mas sua atitude transforma os seus seguidores na pista de dança. Imitada, idolatrada, é do tipo que dificilmente surgira outra igual.

E como hoje é o seu aniversário, resolvi fazer o meu Top 10, embora sejam muito poucas as músicas que eu deixaria de fora do meu ouvido:

1) Rain
2) Vogue
3) Bad Girl
4) Express Yorself
5) I’ll Remember
6) Causing a commotion
7) Justify my love
8) Bedtime Story
9) Holiday
10) Music

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Baleias no litoral gaúcho


Ao ver a foto de Lucas Saporiti no site de Zero Hora, fiquei imaginando qual foi a reação dos surfistas que estavam tão perto dos mamíferos. A primeira coisa que me veio a mente foi cenas do filme Orca – A baleia assassina. Ok, não pensei em matar as pobres coitadas que já quase foram extintas, mas que eu levaria um tremendo susto, ah eu levaria.

Imagina a cena, você está bem bela, esperando pela onda perfeita, e quando olha para trás, vê um baita de um rabo, provavelmente maior do que tu. Como sou míope, provavelmente ainda era capaz de confundir com outra criatura do mar (muito frequente no mundo cinematográfico).

O certo é que eu ia embarcar naquela pequena onda, junto com a turminha, e esperar a temporada delas passar para retornar ao mar. Parte por medo e parte por respeito, afinal, elas também merecem um pouco de privacidade.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Ideia prática para solucionar um problema generalizado



Comprei um apartamento na planta de uma das chamadas grandes construtoras, cujo atraso chegou aos 10 meses (estamos quase cantando parabéns e dividindo um bolinho). Para receber uma multa justa, fomos obrigados a pagar um advogado e temos que ficar de olho no pessoal da cobrança, pois eles cometem alguns erros feios e a correção é demorada por que eles são mais empacados que uma mula.
Só que esse não é um problema só meu, afinal, várias delas se empolgaram com o Minha Casa e Minha Vida e começaram a vender mais condomínios do que podiam construir, atrasando a vida dos seus futuros proprietários. Então hoje, em termos de acabamento e qualidade, não existe muita diferença entre um imóvel de 500 mil e um de 50 mil, já que tudo é feito a toque de caixa.
Mas como acredito que não basta reclamar, tem que se achar uma solução, encontrei uma fantástica e caso algum político queira transforma-la em lei, com certeza contará com o meu apoio.
A solução é simples: passado o mês de entrega indicado no contrato, as construtoras não devem mais ter direito de reajustar o saldo devedor pelo INCC, além disso, devem pagar uma multa mensal de 1,5% do valor total aos compradores do imóvel. No caso de problemas de acabamento que não podem mais ser corrigidos, uma multa de 0,1% do valor total para cada item não resolvido.
Vai dizer: duvido que esses murrinhas continuem atrasando as obras e fazendo os seus futuros moradores de bobo! Além disso, o acabamento ia ficar louco de especial.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Viajando na Terça


Você tenta fazer tudo certo
Mas sempre tem um malandro tentando passar a perna
Você fica com fama de briguento
E descobre que se não gritar paga o pato
O médico disse para não se estressar
Mas basta abrir o jornal para se apavorar com a realidade
Será que se eu fugisse para o alto da montanha
Quebrasse todos os I’s que me perseguem
Ignorasse o dinheiro e me alimentasse só do que eu plantasse
Eu poderia ser livre?
Só que eu já esqueci o significado dessa palavra
A minha única referência é o Mel Gibson antes de ter a cabeça cortada em um filme
O carro já me escravizou
A internet também
Minhas relações parecem mais virtuais do que reais
Todos sabem onde me encontrar
Todos sabem quem eu sou
Então se eu for para o alto da montanha
Ficarei perdida
Pois com tanta tecnologia e barulho do dia-a-dia
Já não sei mais quem é a estranha que me olha no espelho.


* Imagem do site http://www.vejamensagens.com/pt/terca-feira/

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O dia em que desisti de ser gremista



Nunca pensei que esse dia chegaria. Adorava assistir os jogos no Olímpico, sentindo no ar toda a vibração e encantada com a beleza que só a torcida gremista é capaz de proporcionar. Por questão de envolvimento, sofri muito mais com o segundo rebaixamento e foi aos gritos que festejei a grande conquista na batalha dos aflitos.
No ano passado estávamos aos trancos e barrancos no brasileirão, quando um herói retornou ao solo gaúcho para colocar o então quase rebaixado Grêmio na Libertadores da América. Mas o presidente eleito não queria grandes títulos, o único tri que ele parece buscar é o da vergonha e pagação de mico. Primeiro foi à correria atrás de um dos jogadores mais mercenários da história, cujo passado no Grêmio o impede de constar até na calçada na fama, sendo mais lembrado pelo seu golpe do que pelos seus gols.
Enquanto era ensebado no meio de um leilão, perde-se o goleador do time. Só que nem a paixão de Renato nem a dos torcedores foram suficientes para fazer os jogadores serem eficientes, por não restar mais respeito, nosso técnico ídolo se foi, e um desconhecido assumiu o lugar. Mas os jogadores continuavam os mesmos, e os resultados também. Com isso se trocou um dos dirigentes. Como ele não faz gol, não houve mudanças.
Até ai, tudo bem. Estava sofrendo, xingando e reclamando. Aguentando as gaitadas e sentindo calafrios ao ver a tabela do Brasileirão. Mas hoje, ao ver o anúncio oficial de que o Celso Roth é o novo técnico do Grêmio não me resta outra opção além de desistir. Chega! Errar é humano, repetir o erro é burrice e o Odone conseguiu encher o copo da minha paciência. Se o único tri que ele busca é o do rebaixamento, não conte com o meu apoio ou dinheiro.
A partir de agora vou torcer para todos os times gaúchos, inclusive o coirmão, não vou mais me estressar ou gastar dinheiro com camiseta e ingresso de um time cujos dirigentes não possuem ambição, não planejam o futuro e não sabem o que fazem ali.
Se um dia pessoas sérias e realmente apaixonadas pelo tricolor gaúcho da maneira que este merece assumirem o seu controle, talvez eu repense essa decisão. Mas hoje não.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Dia 27 de Agosto – Mc Dia Feliz


Como toda pessoa que tenta manter uma alimentação saudável e de bem com a balança, evito ao máximo o MCDonald’s. Mas uma vez por ano eu abro uma exceção, pois acho muito legal a campanha que eles fazem para ajudar as crianças com câncer, e como é um lanche eventual, não é algo que irá pesar na minha consciência nem nada que uma aula de bike não possa eliminar em 45 minutos.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Amy e os adolescentes de Porto Seguro



Uma das melhores vozes desse século se calou no último sábado. Entre a maldição dos vinte sete anos e a lembrança dos seus excessos, Amy Winehouse teve sua morte divulgada em todos os canais brasileiros, alguns com homenagens, outros puramente jornalísticos.

Mas o que Amy tem haver com adolescentes em Porto Seguro? Domingo li uma reportagem sobre o que estes últimos andam fazendo em suas viagens com a turma de colégio a uma das cidades mais animadas que já fui. Conheço Porto Seguro. É um lugar recheado de música e animação, divertido por si só, sem precisar encher a cara ou fazer sexo oral a beira mar.

Como Amy, estes jovens gostam de testar seus limites. Mas será a morte um limite a ser testado? É necessário chegar nesta fronteira? Qual a graça de ir fazer um passeio e ao retornar para casa ter que fazer uma série de exames por não lembrar com quem andou ou o que fez por excesso de álcool? Uma gravidez indesejada é o preço adequado a se pagar por sete dias diversão? Uma AIDS fez tudo valer a pena?

Quem sabe se os pais tivessem deixado Amy no rehab mais tempo, sua fama ficasse mais ao redor de sua belíssima voz do que do seu comportamento bizarro. E quem sabe se os pais brasileiros ensinassem o significado da palavra respeito, talvez os seus filhos tivessem mais personalidade para aproveitar a vida como seres humanos e não como animais soltos na floresta.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Feliz Dia do Amigo


Como já dizia a canção... amigo é coisa para se guardar!
Os verdadeiros podem ser contados nos dedos de apenas uma mão, mas algumas vezes temos a sorte de encontrar almas iluminadas, com as quais não dividimos segredos, mas esperança e solidariedade.
A todos que são amigos de alguém, aproveitem o seu dia!
E aos meus amigos, obrigada por tudo!

terça-feira, 19 de julho de 2011

Clube do Livro em Agosto



Clube de Leitura Penguin-Companhia/Livraria Cultura

Sábado, 13 de agosto
LIVRO: Antes de nascer o mundo, de Mia Couto. Companhia das letras, 2009
HORÁRIO: 16h às 17h
LOCAL: Livraria Cultura do Shopping Bourbon Country

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Não exija muito de pessoas gripadas


A impressão que se tem é que a comida entalou e agora as paredes da garganta são pressionadas por ela. Por mais que você engula saliva, aquela bola que na imaginação pode ser de futebol, não desce.

Na cabeça, milhares de gnomos se dividem em se atirar contra o crânio e a outra em pisotear o cérebro, impedindo conclusões rápidas, opiniões inteligentes, ou calma para responder o que já foi respondido ou que simplesmente foi esquecido na gaveta de inutilidades.

Na face, existe uma ardência entre os pontos que interligam o rosto, fazendo ter uma pequena ideia de como deve ser levar um soco nesta região. A propósito, todo o líquido utilizado para engolir aquela bola do primeiro parágrafo parece sair pelo nariz.

Por isso não exija destas pobres criaturas portadoras de gripe mais do que elas podem oferecer, que no mundo ideal seria jogar o corpo mole e exausto em uma confortável cama.


* Imagem retirada do site http://www.sempretops.com/

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Dia do Rock



Os últimos dois dias foram tão longos que até me perdi na fumaça. Mas fica o meu lembrete para quem como eu adora música e não dispensa o bom e velho rock n roll! Pena não ter nenhuma música da Titia Rita para o retorno ao lar estar de acordo com a data.

*Imagem do blog defenestreime.blogspot.com

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Na visão do autor



No último encontro do Clube de Leitura tivemos como participante especial o autor do livro escolhido para o mês de julho: Michel Laud. Se por um lado a conversa se torna um pouco mais trancada, afinal alguns ficam tímidos e outros acabam não verbalizando todas as suas opiniões, de outro é possível ter a visão do escritor, de onde ele tirou as informações, o que é real, o que é imaginário.

Também é possível mudar a visão do livro, ou entrar em conflito sobre o que foi imaginado, já que o leitor se apossa da história. Mas particularmente pra mim, que já havia finalizado a leitura do livro, foi muito rico por ter uma ligeira ideia do processo de criação do Diário da Queda, compreender algumas coisas e verificar se algumas das minhas teorias estavam realmente corretas.

Não gostei ou desgostei mais do livro após o encontro, apenas comprovei a identificação plena neste caso entre autor e obra, algo que não consigo fazer com outros autores, como por exemplo, o Veríssimo (cujo estilo quieto esconde toda a ironia e irreverência).

Para quem quiser participar do encontro de agosto, basta enviar um e-mail para clubedeleitura@penguincompanhia.com.br com nome e contato.

* Imagem retirada do blog http://oultimolampejodocrepusculo.blogspot.com/

terça-feira, 5 de julho de 2011

Sessão de Cinema: O Talentoso Ripley e Terra Fria



Devido ao grande frio que assola a região sul, coragem para sair de casa é praticamente nula, principalmente à noite. Com isso foi passeando pelos canais de TV aberta que me deparei com dois ótimos filmes.

Na sexta, O Talentoso Ripley, com Matt Damon no papel de Tom Ripley e Jude Law como Dickie Greenleaf. Baseado num romance policial, que está na minha lista de leitura há muito tempo, Ripley é um rapaz que possui como talento imitar trejeitos, assinaturas, tornando-o um falsário e tanto. Em um evento ele é contratado por um rico empresário para trazer o seu filho Dick Greenleaf, um playboy, de volta para os Estados Unidos.

Com a belíssima Itália de fundo, Ripley se apaixona por Dickie, uma figura cativante e egoísta, que primeiro seduz os que estão à volta e depois os abandona. Mas ao fazer isso com Ripley, ele encontra a sua sentença de morte e o assassino assume a sua identidade. Mas manter esse segredo não será fácil.

Ripley é um personagem monstruoso, pois ao mesmo tempo em que ele simula uma aparência patética, submissa e frágil, ele é um assassino que mata as suas vítimas a sangue frio, mesmo que essas possuam amor por ele. Em nenhum momento é possível sentir pena do personagem, que para o telespectador mais sensível, pode causar calafrios.

No sábado, mais monstruosidade, só que agora de uma forma bem real. Terra Fria tem como personagem central Josey Aimes, interpretada pela atriz Charlize Theron, uma mãe solteira que aceita trabalhar em uma mina de ferro em busca de uma melhor situação financeira e acaba se deparando com um ambiente hostil, onde as mulheres são chamadas de vadias e sofrem todos os tipos de assédio e violência. Inconformada, ela leva a situação aos tribunais e tem que ver sua vida esmiuçada, onde mentiras acabam revelando verdades dolorosas do passado.

Terra Fria é baseado em fatos reais, e um filme que pelos noticiários recentes, infelizmente tende a ser atual por muitos anos. É incrível como muitos homens acham que podem chegar em uma colega de trabalho sem o mínimo respeito. Assim como um médico pode usar o poder de sua profissão para humilhar a sua paciente (o que me faz recordar outro filme: A mão que balança o berço).

Com isso só tenho a agradecer as emissoras que colaboram colocando filmes desse nível na sua programação quando a temperatura se aproxima do zero.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Voltando a infância





Me senti com oito anos de idade ao ler a manchete “Smurfette vira modelo”. Sim, a moça azul, bendito ao fruto em uma aldeia só de homens, dá o ar da sua graça nas páginas da revista “Harper's Bazaar”, com acessórios de peso que fazem a Andrea de 2011 babar.


Meus preferidos foram o sapato dourado (Lanvin), a maravilhosa bota vermelha (Louis Vuitton) e a boina branca com detalhes pretos (Marc Jacobs).


O detalhe de toda essa história é que a desligada aqui não sabia que Papai Smurf e sua turma estão de volta em um filme que deve estreiar em agosto nos cinemas brasileiros. Para quem nunca ouviu falar, eles são criaturinhas azuis (duendes) que vivem em casas que são cogumelos. A grande ameaça é o bruxo Gargamel e o seu gato Cruel, que vivem caçando os pequenos.


Aos baixinhos da Xuxa que acompanharam as aventuras dos smurfs, resta saber se a aventura na tela grande terá o mesmo o gostinho da infância.


Fontes de pesquisa e fotos: Donna On-line, Marie Claire, Folha de São Paulo

terça-feira, 28 de junho de 2011

3º Encontro do Clube de Leitura


O terceiro encontro do Clube de Leitura promete ser muito especial, pois tem a confirmação da participação do autor da obra a ser debatida: Michel Laub.

O livro é o recém lançado Diário da Queda, estou ainda no início da leitura, mas estou achando muito interessante a forma narrativa: ele é por itens/notas. Em breve irei colocar a resenha com a minha opinião no blog http://literamandoliteraturando.blogspot.com/.

Sinopse: Um garoto de treze anos se machuca numa festa de aniversário. Quando adulto, um de seus colegas narra o episódio. A partir das motivações do que se revela mais que um acidente, cujas consequências se projetam em diversos fatos de sua vida nas décadas seguintes - a adolescência conturbada, uma mudança de cidade, um casamento em crise -, ele constrói uma reflexão sobre identidade, afeto e perda. Dessa reflexão fazem parte também as trajetórias de seu pai, com quem o protagonista tem uma relação difícil, e de seu avô, sobrevivente de Auschwitz que passou anos escrevendo um diário secreto e bizarro. São três gerações, cuja história parece ser uma só; são lembranças que se juntam de maneira fragmentada, como numa lista em que os fatos carregam em si tanto inocência quanto brutalidade.

Ficou interessado? Para participar, basta enviar um e-mail para clubedeleitura@penguincompanhia.com.br com o nome completo e telefone de contato.
Cidade: Porto Alegre
O que: Clube de Leitura Penguin-Companhia/Livraria Cultura
Quando: Sábado, 9 de julho
Livro: Diário da queda, de Michel Laub. Companhia das letras, 2011
Horário: 16h às 17h
Local: Livraria Cultura do Shopping Bourbon Country

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Encarangada


Nasci em janeiro, em pleno o verão de um país tropical, sou apaixonada por praia, sorvete e suco de melancia bem gelado. Acredito que não exista nada melhor do que caminhar no final da tarde em um parque para relaxar. Saladas diversas nas refeições, uma calça e uma blusa já me deixam vestida e pronta para sair.

Mas eu também moro no Sul, onde no inverno um vento minuano machuca a pele ao passar. Em um dia como hoje, as pontas dos dedos há muito deixaram de ser sentidas. Existe uma necessidade imensa de comida quente. Resisto beber qualquer coisa, só para evitar ir ao banheiro. Roupas e mais roupas me apertam, impedindo qualquer movimento de maior intensidade.

Não posso dizer que sai de casa ao amanhecer, pois a noite ainda dominava o céu quando coloquei a ponta do nariz para fora da porta. Senti medo do vento que balançou o meu carro ao andar. E desejei mil vezes ter ganhado na mega-sena acumulada. Mas ao olhar para o lado e ver crianças com roupas fininhas e pessoas encolhidas embaixo de jornais, me arrependo de minhas reclamações. Por mais difícil que seja ir trabalhar, estou indo de forma quentinha, e tenho um lugar protegido para voltar.

Só não vou aceitar que alguém me diga hoje que gosta de inverno. Pode debochar que o meu time perdeu, olhar de cara feia para o meu dedo machucado e até mesmo dizer que pareço um embrulho de natal. Mas dizer que este frio é uma delícia, eu não admito.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Feriadão



Pois é, como o sol não é para todos, não terei feriadão. Com isso, resolvi espiar o que se pode fazer na quinta e no final de semana, pois não existe nada melhor do que aproveitar uma Porto Alegre vazia.

Algumas coisas que eu encontrei:

• Cinema: Dois filmes estão me chamando a atenção. Meia Noite em Paris do Woody Allen já começa pelo local onde foi filmado, pois embora eu ainda não conheça, não existe cidade que me atraia como a capital francesa, e os filmes do Woody Allen costumam ser maravilhosos. Qualquer Gato Vira-Lata é uma comédia brasileira, me parece ser bem leve, o que pode ser uma gostosa forma de passar à tarde de quinta, já que sexta é dia de são pega.
• Dança: Sábado começa o Sul em Dança na cidade de São Leopoldo. Diferentes ritmos e performances especiais são prometidos para o público.
• Exposições: A Linha Incontornável de Iberê Camargo exibe desenhos produzidos com grafite, bico de pena, esferográfica entre outros. A exibição é na fundação do mesmo e a entrada é franca.
• Show: Tem Kleiton & Kledir no teatro São Pedro, uma chance de dar tchau para o baixo astral.

É claro que se estiver chovendo amanhã, a melhor opção é ficar enrolada em um edredom, de preferencia com um bolo bem gostoso acompanhado de uma xícara de chá. Se no sábado der sol, uma caminhada no parque entra para o grupo de boa pedida. Mas se o final de semana for ruim mesmo, nada como um livro e o meu amor do lado. Afinal, preciso terminar de ler O Vinhedo e começar a ler Diário da Queda, livro do terceiro encontro do clube de leitura que acontece na livraria cultura, que semana que vem vou comentar com mais detalhes em um novo post.


quinta-feira, 16 de junho de 2011

Nadando entre os carros



Em Porto Alegre, em uma rua de grande movimento da cidade, existe um Dilúvio. Só de olhar para ele é possível identificar o relacionamento que os porto-alegrenses possuem com a sua cidade.

Cheio de lixo é possível ver entre espumas e garrafas pets uma amostra do desrespeito com o meio ambiente. Embaixo de suas pontes, encontramos restos do que seria um ser humano, uma mistura de pessoas perdidas, viciados e ladrões, resultado do fechar de olhos de toda a sociedade.

Nos últimos tempos também é possível encontrar carros. Vários deles. Sinal claro do desrespeito no trânsito. Parar ali é resultado, mais do que a falta de proteção do dilúvio, dos motoristas andarem acima do limite de velocidade, combinarem bebida e direção, cortar a frente do condutor ao lado, e outras cositas naturais de quem compra uma carteira e não aprende a dirigir.

Os carros nadando no dilúvio são o espelho mais claro da ignorância que domina Porto Alegre. Uma população que adora discutir política, mas que é incapaz de olhar para o outro ou buscar soluções em conjunto, cujo dedo está sempre apontado para o próximo e os olhos no próprio umbigo.



* Foto retirada do site da Zero Hora.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Desejos

Desejo de caminhar por um parque verde em uma tarde de sol, se estiver calor fica ainda melhor, assim poderia estender uma canga na grama e deixar o tempo passar através das páginas de um romance nem assim tão bobo, mas também nem tão sério.

Desejo de comer bolo com chá, enrolada no cobertor, assistindo Curtindo a vida adoidado e pensando se nos carros de hoje seria possível andar de ré e retroceder toda a quilometragem.

Desejo de viajar de avião em um dia de céu azul, vendo as nuvens passear no céu, desobrigadas de pagarem impostos e com uma liberdade de quem só parece ser feito de algodão poderia ter.

Desejo de estar em um local quente, usando bermuda e regata, tomando um belo sorvete de doce de leite, de mãos dadas com aquele que chamarei eternamente de namorado.

Talvez eu devesse sair em busca de uma lâmpada mágica, mesmo que dela não saísse nenhum gênio, só em sua procura pelos quatro cantos do mundo já seria possível realizar todos os meus desejos.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Esquecer



Li em uma revista que um dos passos para ser feliz é esquecer todas as mágoas. Tem sentido e acho uma ação muito fácil...na teoria. Todos nós temos algo que nos incomoda no passado. Pode ser aquele “eu te amo” trancado na garganta, uma questão assinalada errada, um atraso de cinco minutos, uma ida ao banheiro quando o telefone tocou. Isso é esquecido quando se encontra um novo amor, se é aprovado em outro teste ou se recebe um novo telefonema com notícias bem melhores.

Mas existem fatos que não podem ser esquecidos. Cuja mágoa é colocada lá no fundo do coração, longe do cérebro, numa tentativa infantil de ser esquecida pelos pensamentos. Mas um belo dia, uma situação, filme, comercial de margarina ou até mesmo a TPM clássica funcionam como um gatilho. A dor volta, as lágrimas escorrem, e velhas questões nos atingem como um caminhão. Neste momento não é possível ser racional, mas quando se consegue ter um leve momento de lucidez, podemos perceber o quanto aquele grão ainda interfere nas nossas decisões e julgamentos.

Esquecer o superficial é fácil, mas apagar uma perda é impossível. Talvez uma lobotomia. Mas a verdade é que só o tempo nos resta, para amadurecer e crescer, e assim aprender a não deixar essa dor interferir nas decisões do presente e aumentar ainda mais o sofrimento no futuro. Ao contrário do que diz a revista, nem sempre podemos esquecer e algumas vezes a lição a ser aprendida não é nossa.

Nesta questão sem solução, talvez o melhor seja se deixar chorar, para depois lembrar de tudo de bom que nos cerca e buscar um sorriso na nossa própria face como se fosse um arco-íris após a tempestade.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Debaixo dos caracóis

Dizem que toda mulher é insatisfeita com a aparência. Mas só quem tem cabelo cacheado e viveu no período onde cremes para pentear não existiam sabe como é difícil viver com cachos rebeldes que nos transformam em clones de Leão ao acordar ou seres um tanto exóticos.

Lembro que testei vários cortes de cabelo, muitas vezes utilizando o famoso Joãozinho, para tentar não me atrasar tanto pela manhã. Aliás, o cabelo molhado era uma rotina tanto no inverno como no verão, já que o secador era objeto proibido.

Os cremes para pentear permitiram deixar que os fios se tornassem longos, mas não eliminaram a lavagem matutina. Um alivio para o problema, mas não a solução definitiva, que atraia uma gripe continua no inverno.

Depois começaram a surgir às escovas. A primeira que ouvi falar foi a japonesa (que na minha opinião, acabou com o cabelo da Fátima Bernardes). Até chegar as progressivas e definitivas, que por terem produtos químicos fortes, não são recomendados para pessoas alérgicas como eu.

Então quando eu me conformava em passar o resto da vida com os caracóis, encontrei uma reportagem sobre uma progressiva orgânica, que prometia alisar sem utilizar produtos químicos. Logo apareceu uma oferta nestes sites de compras, adquiri um voucher, mas o salão fechou e eu fiquei sem a escova (e só recebi a devolução do valor dois meses depois).

Em um ato de coragem, deixei o meu lado Tio Patinhas e marquei horário na Top Internacional do Iguatemi e fiz a escova com a Janine. Uma frase: foi o melhor investimento da minha vida. O cabelo não perdeu os cachos, mas basta fazer uma escova e passar a chapinha que ele fica naturalmente liso. Fora o brilho e o movimento.

Já fiz a escova há um mês, ele continua bem tratado, extremamente macio ao tocar, e o melhor, como não preciso mais lavar o cabelo de manhã cedo, não fico mais gripada e a minha renite fica devidamente controlada. Super indico a escova tanto para quem quer uma hidratação eficiente como quem deseja ficar lisa. Eu, pelo menos, ando feliz da vida com o meu novo visual.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Peça: Os homens são de marte... e é pra lá que eu vou



Para as gaúchas que não foram assistir “Os homens são de marte... e é pra lá que eu vou” em 2010, ganharam uma nova oportunidade agora no mês de junho. O monólogo de Mônica Martelli diverte, encanta e faz TODAS as mulheres se identificarem em algum momento com a personagem Fernanda, uma balzaquiana em busca do amor.

Fui acompanhada pela minha mãe e nos divertimos muito, e até hoje brincamos usando uma fala da personagem. Nos encontros e desencontros de Fernanda enxergamos nossas desilusões, encontros, promessas quebradas e os dilemas da mulher moderna. Somado ao texto ritmado está toda a simpatia da atriz Mônica Martelli que faz o tempo voar naquele breve período onde uma pequena parte da alma feminina pode ser desvendadas pelos acompanhantes masculinos.

A peça será apresentada nos dias 17 e 18 de junho no teatro do Bourbon Country. Maiores informações aqui.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

O mistério dos 50%


Neste final de semana acabei realizando uma busca por um tipo de leite específico, já que na rede aonde vou tradicionalmente o produto havia desaparecido. Acabei entrando em um mercado que tem como hábito anunciar grandes ofertas. Como eu tinha interesse objetivo em um produto, apenas peguei seis unidades e me fui para a pequena fila do caixa rápido.

Enquanto aguardava o atendimento dos vinte clientes que estavam na minha frente, uma voz se elevou em um dos caixas e um bate boca entre um senhor e o gerente começou. Entre frases do tipo “se o senhor não quer pagar é só não levar” e “a questão não é essa”, uma senhora que estava na mesma fila, mas ao meu lado (sim, a fila já estava fazendo voltas), comentou com um homem à sua frente que ela ia exigir o cinquenta por cento no segundo produto também.

Foi neste momento que vi várias placas penduradas pelo supermercado indicando que o consumidor teria 50% de desconto na compra de uma segunda unidade. Quando passei no caixa, minhas seis unidades do mesmo produto foram cobradas todas com o preço integral. Não comentei nada, mas observei que a Caixa estava esperando alguma reação, mas sai com a sensação de propaganda enganosa.

Ao fazer uma pesquisa na Internet, descobri que o tal desconto é apenas para alguns produtos e que isto estaria nas letras pequenas do cartaz (que ao contrário do que se pensa, não são nada visíveis em comparação com os demais que só indicam a tal promoção).

Não sou cliente do tal mercado, e provavelmente só voltarei a comprar em caso excepcional, mas creio que a rede deveria rever o marketing da tal promoção, pois as confusões e brigas irão continuar e a fama de ser um mercado que anuncia uma coisa e faz outra tende a se espalhar.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Clube de Leitura – Segundo Encontro



Em maio o pequeno e simpático grupo acima discutiu o livro Papéis Avulsos do Machado de Assis. Além de repassarmos as histórias, foi um momento para citarmos outros autores e relatarmos experiências pessoais aos quais os personagens nos remetiam.

O espaço cedido pela Livraria Cultura é bastante agradável e possibilita a participação de várias pessoas. Como o grupo é novo, ainda há pequenos ajustes a serem feitos, mas creio que com uma participação contínua do pessoal, tem tudo para dar certo.

O segundo encontro será realizado no próximo dia 11 de junho às 16 horas no segundo piso da Livraria Cultura. O livro a ser discutido é “A Caixa Preta” do Amos Oz.

Deixo o convite para quem quiser se juntar ao grupo e se divertir. Mesmo quem não leu o livro, se tiver interesse em participar de um clube de leitura, vale a pena dar uma passada lá, pois iremos decidir no final do encontro o livro de julho.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Desmemoria Visual

Caro doutor, acho que tenho desmemoria virtual. Explico. Não consigo guardar imagens, só números. Tudo começou ao observar que só começo a reconhecer as pessoas que convivo após cinco encontros, antes disso não tenho certeza se já troquei ou não uma palavra com a criatura. Com isso mantenho uma fama permanente de antipática. Já tentei dar oi, mas quando tenho esses surtos, é com a pessoa errada.
Ah, também tem o caso do você se lembra de mim? Já cheguei a trabalhar um ano inteiro com uma pessoa, passaram-se alguns anos e ela surge na minha frente, com um sorriso no rosto, me chamando pelo nome e eu ali, feito uma pateta, sem saber quem é e nem ao menos disfarçar (eu reconheço, sou melhor diretora do que atriz).
Mas o preocupante mesmo foi neste último mês. Experimentei uma roupa que eu lembro ter achado linda. Fiz uma contraoferta e a loja não aceitou. Como não retornei, após quase um mês, a vendedora entrou em contato aceitando a oferta. Só que eu não me lembro da roupa, só do preço (que agora é assustador). Minha mãe diz que a roupa é linda, mas eu não me recordo de um misero detalhe (aliás, eu me lembro de outras duas roupas que eu experimentei, mas não da que aparentemente gostei).
Em relação as pessoas, até não me preocupo muito, pois se a Marta Medeiros tem o mesmo problema, por que eu não posso ter?
Mas quanto a roupa, será isso um sinal? Será que eu gostei mais das outras e não da que eu não me lembro? Será velhice? Falta de vitamina? Atenção? Distração?
Então, doutor, preciso saber antes de esquecer do senhor, meu caso é grave?

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Do Quadrado ao Mar

Voltando a relatar a viagem para Porto Seguro, cito o passeio de Trancoso, que inicia a uma visita a Vila de Trancoso, também chamada de Quadrado, onde casas do século XVII e XVIII e a igreja de São João encantam logo na chegada.



As casas coloridas hoje são cafés e lojas (algumas de marcas famosas). Infelizmente estavam todas fechadas no horário em que realizamos o passeio.



Perto da igreja existem postes coloridos. A brincadeira é que se você rodar três vezes nestes postes, irá encontrar um marido rico (como já sou noiva, não participei da brincadeira, só fiz uma foto para assustar o noivo).




Existe também uma árvore partida por um raio. Dizem que ali é um ponto com muitas energias positivas. Então é necessário chegar ali de pés descalços (lembrei de uma música da Shakira). Mas o local estava tão sujo, que eu não tive coragem de tirar os chinelos.


A igreja é bastante bonita. Como nas demais, não é possível fotografar dentro dela. Então recorri ao zoom para guardar uma amostra de como é o local. É um lugar que gostaria de retornar com mais calma.


Dica: Não deixe de provar o abacaxi, é o mais doce e saboroso que já experimentei na minha vida. Depois desse passeio, nunca mais consegui comer a fruta aqui em Porto Alegre com o mesmo prazer, pois o sabor da Vila de Trancoso foi insuperável.

A praia de Trancoso é bonita, com restaurantes junto a mesma. O mar possui ondas e a água não estava exatamente morna, puxando mais para o frio. A cor também não é das mais claras. Mas é um local bem gostoso para se passar a tarde.




Dicas: No restaurante que fomos, mesmo realizando o pedido com antecedência, este atrasou meia-hora, além de não ser exatamente o que solicitamos (o que gerou a cobrança de um valor a mais). Por isso deixo a sugestão de colocar o horário com uma hora antes do desejado realmente, até para ter tempo de reclamar do valor caso venha o pedido errado.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Doce só no nome



Há nove anos fui estagiária da Justiça Federal. Um dia, durante o intervalo de um seminário que estávamos tendo, me aproximei de uma das janelas para ver qual era a vista do andar mais alto daquele prédio. Se de um lado víamos o Guaíba, do outro um agrupamento de papelão e madeira, que nem de longe poderiam ser chamados de lar. As crianças corriam de um lado para o outro. Muitas tentavam ganhar alguma moeda dos motoristas que estacionavam nas ruas próximas. Homens escorados em carroças, identificados imediatamente como os mesmos que nos davam medo e nos faziam acelerar o passo quando fazíamos o caminho a pé.
Nestas últimas semanas veio a notícia do fim da vila chocolatão, que de doce só tinha o nome. Lembrei-me de uma menina muito bonita que circulava sempre na hora em que eu estava chegando. Com os olhos muito claros e cabelos loiros e cacheados, ela literalmente saltitava (algumas vezes no capo dos carros). Mas por mais infantilidade e alegria que suas ações pudessem passar, eu não conseguia encontrar isso refletido no seu rosto, muito menos no seu sorriso.
Fiquei pensando que fim ela levou. Se continua viva. De que forma essa mudança está influenciando na sua rotina. Pois ela deve ser uma adolescente agora... não tendo chegado aos vinte anos ainda. Mas ao contrário dela e de seus amigos, espero sinceramente que essa nova geração tenha uma infância mais sadia brincando entre os pátios do que catando moeda no meio de ruas apertadas. Pois o futuro só vira presente se aproveitamos todas as fases da vida.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Janelas



Era quase como um lamento. Não lhe era permitido segura-las. Por isso fluíam com uma rapidez espantosa, formando uma estrada negra em uma pele muito branca. Encostar a testa no vidro da janela só serviu para acentua-las. Em sua volta, várias pessoas questionaram o por que. Mas ela simplesmente não sabia dizer. Uma tristeza profunda lhe apertava o peito. Uma incerteza paralisava o cérebro. Um bolo de mágoas lhe bloqueava a garganta.
A única coisa que se sabia é que ela havia amanhecido assim. Tentaram lhe fazer sentar. Quem sabe comer uma fatia de bolo. Ou até mesmo retornar ao quarto, que para o único homem da casa, deveria ser o lugar de onde nunca deveria ter saído.
Com o olhar fixo no horizonte, algo lhe dizia que nada do que planejava iria acontecer. Não sabia a razão do medo. Nem de onde vinha estranha certeza. Pedia sinais. Orava por proteção. Mas nem quando opacos raios de sol escapavam entre as nuvens, a esperança lhe voltava ao olhar.
Aquele foi o primeiro de muitos dias. E realmente, tudo o que a menina-mulher havia planejado, não havia se concretizado. Não por força do destino, mas pela razão da moça continuar encostada no vidro da janela, agora com as roupas úmidas pelas próprias lágrimas.
Sua morte gerou sentimentos conflitantes. As empregadas suspiravam aliviadas por finalmente poderem limpar o local. O cunhado finalmente pode ler o seu jornal em paz. O noivo corria, em dúvida entre cancelar os contratos ou arrumar uma nova esposa. E a mãe preferiu se aproximar da janela do quarto da filha e chorar, entendendo pela primeira vez a dor que ela sentia.