segunda-feira, 25 de maio de 2015

Salve-se quem puder

Você está em casa, terminando de se arrumar, quando batem a porta. Você abre descansado, afinal o condomínio possui guardas e todo um arsenal de segurança, quando é surpreendido por ladrões.

Roteiro de filme americano? Não. Um ato rotineiro conforme a própria polícia de Porto Alegre.

Nos últimos meses a população parece estar dentro de um filme de faroeste. Acerto de contas em ruas movimentadas em plena luz do dia. Lojas arrombadas diversas vezes em um curto período de tempo, casas e apartamentos invadidos, sequestros, mães lutando para tirar seus filhos da cadeirinha antes do carro ser levado.

Renato Russo já perguntava nos anos oitenta que País é esse?. Se estivesse vivo, provavelmente teria muita munição para as suas músicas.

Leis em quantidade e não em qualidade, um judiciário preconceituoso, corrupção instalada em todas as áreas públicas. Não existe mais respeito. Não existe mais direito. A polícia sucateada. Saúde para poucos. Educação ninguém sabe onde se escondeu.

Enquanto o povo se divide entre petralhas e coxinhas, os políticos se abraçam nos bastidores, os impostos aumentam, os itens básicos não são atendidos. 

A conclusão de tudo isso? Hoje temos medo. Vivemos na ditadura da bandidagem. O exército que invade lojas e casas só não tem farda. O exército que transfere as nossas riquezas para o exterior só não tem medalha. O soldado que mata o pasteleiro na esquina só não bate continência.

Salve-se quem puder disse um delegado. O que resta pra nós?

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Escravo

O céu estava azul.
Não aquele azul alegre, típico das tardes de verão.
Era um azul encolhido, com nuvens escuras sobrecarregando a sua visão.
Não eram nuvens de chuva.
Eram nuvens de frio.
O mesmo frio que lhe fazia doer os dedos.
Mesmo cheia de casacos, o vento lhe abatia a alma.
Pela segunda vez viu o mesmo homem deitado no chão. As sete ele estava envolto a cobertores velhos e papelão.
Ao meio-dia estava sem nada, aquecido pelos poucos raios de sol que o iluminavam.
A imagem curiosamente não era digna de pena. Pois enquanto ele estava relaxado, aquecido pela liberdade.
Ela estava compactada, sacrificando a vida por um dinheiro que só a gelava.

terça-feira, 12 de maio de 2015

Turistando em POA: Linha turismo


Neste verão andei pela segunda vez na linha de turismo que apresenta a Zona Sul de Porto Alegre.

Ao contrário da linha que faz o centro histórico, ela possui apenas um ponto de embarque/desembarque: o largo da epatur.

Com duração de uma hora e meia, o ônibus de dois andares permite que se ande na parte fechada (piso inferior) ou aberta (piso superior). O passeio possui o acompanhamento de uma guia, responsável por apresentar um lado da cidade aos turistas e nativos.

No itinerário passamos pela rótula das cuias, pelo estádio Beira-Rio (pertencente ao segundo time do estado), o Guaíba, prédios públicos, shoppings, arquiteturas históricas, chegando aos bairros residenciais da Zona Sul (despertando o desejo de morar em um dos condomínios) até uma área rural, que te faz esquecer que está em uma capital.

Com a mudança do Grêmio para a Arena no Bairro Humaitá o caminho de volta passou por mudanças. Quando fizemos estavam fazendo uma parada teste em um mirante do DMAE (na época gratuito). Mas após a vista no alto de um morro, este não tem tanta graça. 

Na época o valor era R$ 25,00 por pessoa e realmente vale a pena, tanto para os que estão de passagem como para quem mora e desconhece a metade dos encantos de sua cidade.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Definições

O Mentiroso é o preguiçoso que inventa a vida que sonha ao invés de lutar por ela.
O fofoqueiro é o solitário, cuja vida é tão vazia, que o obriga a contar a dos outros para ter assunto.
O fofoqueiro mentiroso é o escritor frustrado, cujas histórias são tão ruins, que ele precisa buscar personagens reais para tentar salva-las.