domingo, 12 de fevereiro de 2012

Desaparecidos

Quando eu era adolescente, havia uma vizinha cujo filho (um homem adulto, com mais de quarenta anos) fugia de tempos em tempos, caminhando em direção a uma comunidade que vive perto de Brasília. Não preciso dizer que longe dela, o assunto era a nossa diversão, pois brincávamos que ele queria ser abduzido por et’s.

Nesta última semana descobri como é ter essa pulga atrás da orelha quando alguém próximo desaparece. Um colega de trabalho simplesmente sumiu. No primeiro dia achamos que ele queria dar um tempo, no segundo, achamos que ele ia ligar avisando que estava com alguma coisa, no terceiro, já tendo visto a mensagem da irmã no Facebook pedindo ajuda para encontra-lo, ficamos seriamente preocupados. No quarto dia ele foi encontrado pela polícia. Mesmo sem maiores detalhes, uma mistura de emoções atingiu quem gosta do rapaz. Pois da mesma forma que se fica aliviado em saber que a criatura está bem, depois de um tempo se fica bravo por toda a preocupação gerada.

Com toda essa história, fiquei pensando o que leva uma pessoa fugir. Embora seja um sonho normal em dias de muita pressão ou encrenca, são poucos os que levam a cabo. Simplesmente sumir, deixando a família a ver navios, os amigos com um ponto de interrogação e os concorrentes com um sorriso nos lábios.

Fugir para realizar outros sonhos? Para não ter que resolver problemas? Para se encontrar? Ou para terminar de se perder? Quem sabe descobrir os segredos da humanidade? Ou simplesmente conseguir ser verdadeiro em um mundo onde ninguém te conhece?

Eis mais uma pergunta sem resposta nesse caldeirão de dúvidas. Enquanto isso fico com uma antiga música me martelando a cabeça enquanto o sono não vem “vamos fugir, desse lugar baby... vamos fugir”.

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