Neuroses são todas as minhocas que passam pela minha mente, do irresponsável do trânsito até aquela música que não sai da cabeça.
domingo, 22 de abril de 2012
Cartão
terça-feira, 10 de abril de 2012
Saindo do Ninho
O que torna um lugar o nosso lar? As histórias que vivemos? Conquistas e derrotas? Saber voltar sem GPS independente do dia e hora? O primeiro pensamento quando sentimos necessidade de proteção?
Mas, e quando além da casa física, lá está, como no meu caso, a figura da mãe? O café na mesa, a cama arrumada, a roupa passada, cafuné para os dias de cólica, o beijo de boa noite?
Só que a natureza nos manda crescer. Um dia encontramos uma pessoa com quem gostamos de dividir todos os momentos e lá pelas tantas casamos, seja da forma oficial ou o famoso morar junto. E a voz do povo já diz: quem casa quer casa.
Demorei três meses para chamar a minha nova moradia de casa, mesmo indo com frequência para ajustar tudo. Ir pra casa, ainda é, literalmente, ir para a casa da mamãe.
E agora que está chegando o grande momento, de pegar as coisas e se mudar em definitivo, virar adulto, ser responsável por limpar, organizar e dividir o gerenciamento de uma nova família. Cortar o cordão umbilical invisível.
Apesar de já não ser tão jovem, é impossível não sentir o frio na barriga. A criança que existe em mim pergunta se não posso adiar mais um pouquinho? A mulher cruza os braços e afirma que já passou da hora.
Enfim, as mudanças na vida adulta também são doloridas, embora recompensadoras. Por isso é hora de colocar todas as desculpas de lado e sair de uma porta para entrar inteira pela outra.
domingo, 1 de abril de 2012
Shame
Um homem em nu frontal, exposto sem barreiras ou censuras. Assim começa Shame, ironizando ao mostrar uma imagem que é o oposto do personagem.
Brandon (Michael Fassbender) nunca chega no horário, não se permite ter relações efetivas estáveis e extravasa suas neuroses no sexo, tornando este mais uma compulsão do que um prazer.
Seu mundo é sacudido com a chegada da irmã, uma mulher que se envolve rapidamente e já flertou com a morte várias vezes. Ao resolver ser cuidada pelo irmão, tira totalmente a sua intimidade, fazendo com que Brandon acumule toda a sua raiva, até explodir.
Aliás, Cissy (Carey Mulligan) é a responsável por uma das cenas mais bonitas, ao dar uma nova (e melancólica) versão a música New York, Nem York. A voz doce toca o mais duro dos telespectadores, pois sua solidão invade o ar e a torna palpável.
Os dois personagens são solidários. Como irmãos, carregam um peso que afetou definitivamente a sua forma de viver, e isso os fazem procurar por uma falsa segurança ao seguir suas compulsões.
Um filme para observar e refletir, não é para rir ou procurar um final feliz. Mas também não é extremamente marcante, já que o seu contexto não foge muito de algumas histórias, que julgamos malucas, e estão nos jornais diariamente.