O que torna um lugar o nosso lar? As histórias que vivemos? Conquistas e derrotas? Saber voltar sem GPS independente do dia e hora? O primeiro pensamento quando sentimos necessidade de proteção?
Mas, e quando além da casa física, lá está, como no meu caso, a figura da mãe? O café na mesa, a cama arrumada, a roupa passada, cafuné para os dias de cólica, o beijo de boa noite?
Só que a natureza nos manda crescer. Um dia encontramos uma pessoa com quem gostamos de dividir todos os momentos e lá pelas tantas casamos, seja da forma oficial ou o famoso morar junto. E a voz do povo já diz: quem casa quer casa.
Demorei três meses para chamar a minha nova moradia de casa, mesmo indo com frequência para ajustar tudo. Ir pra casa, ainda é, literalmente, ir para a casa da mamãe.
E agora que está chegando o grande momento, de pegar as coisas e se mudar em definitivo, virar adulto, ser responsável por limpar, organizar e dividir o gerenciamento de uma nova família. Cortar o cordão umbilical invisível.
Apesar de já não ser tão jovem, é impossível não sentir o frio na barriga. A criança que existe em mim pergunta se não posso adiar mais um pouquinho? A mulher cruza os braços e afirma que já passou da hora.
Enfim, as mudanças na vida adulta também são doloridas, embora recompensadoras. Por isso é hora de colocar todas as desculpas de lado e sair de uma porta para entrar inteira pela outra.
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