terça-feira, 3 de setembro de 2013

E nós dizemos o que?


O gigante parece que teve uma crise de sonambulismo. Andou, gritou, cansou e voltou a dormir. Ao saber da notícia sobre o assalto realizado em uma sala de aula da PUCRS, uma parte do poema de Eduardo Alves da Costa me veio imediatamente à cabeça. Para quem não conhece, transcrevo abaixo. E deixo a pergunta: até quando vamos viver assim? 


No caminho com Maiakóvski
"[...]
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
[...]"

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