segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Salvando a noite de domingo com risadas e lágrimas


E nesta semana a Net liberou o Telecine e a noite de domingo foi salva por dois filmes diferentes, mas muito bons.

Começo com o brasileiro De Pernas pro Ar 2, uma mistura de DR* com mulher bem sucedida profissionalmente tendo como pano de fundo uma loja de produtos eróticos.  O filme é uma comédia bem estruturada, com ótimo elenco e cenas bem engraçadas.

Mas o que me chamou a atenção na história foi a questão do apoio (ou falta dele) quando a mulher atinge sucesso profissional. A personagem Alice incorpora tudo o que é exigido das mulheres hoje: ser boa profissional, boa mãe, boa esposa, estar em forma... a questão é ter tempo para administrar tudo.

E entre uma risada e outra fica a pergunta: o que priorizar? No que investir? Quando lutar e quando desistir? Conforme uma personagem da história, o que atrapalha são os homens. E um novo leque de dúvidas se abre: Qual homem atrapalha? Aquele que não incentiva a esposa? O que não ajuda em nada? O que exige demais?

Quem disse que comédias não nos levam a pensar.


Logo após veio “Impossível”, filme espanhol que conta a história real de uma família que sobreviveu ao tsunami na Tailândia. O filme que teria tudo para ser piegas é emocionante, com exceção da propaganda de uma empresa de seguros no final, que ficou parecendo até deboche ao ser anunciada em tom alegre pelo agente enquanto a família se arrastava em trapos.

No momento do desastre a família estava na piscina do resort, a água invade e os separa em dois grupos, a mulher com o filho mais velho e o homem com os dois pequenos. O caminho dos dois primeiros é bem mais difícil. Ela se machuca, e graças à ajuda de moradores locais, consegue chegar ao hospital. Para que o filho mais velho se distraia, ela o manda ajudar os demais. O menino corre pelos corredores lotados, gritando por nomes e tentando fazer conexões. Quando retorna, não encontra mais a mãe. Ficando em uma barraca junto com outras crianças, sem lembrar o telefone de ninguém que esteja fora dali.

O pai acaba deixando os menores com um grupo para sair em busca da esposa e do mais velho. No seu caminho muito choro enquanto se pega carona de um ponto a outro. Corpos ensacados, hospitais e barracas estão espalhados no que sobrou de um paraíso.

O filme termina, mas o coração não desaperta. Existem pessoas que o ponto de interrogação continua. E isso é mais doloroso por saber que nada é ficção. Talvez por isso a imagem com o bilhete de nós estamos na praia acabe nos acompanhando por muitas horas.


*DR = Discutir a relação

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