domingo, 25 de abril de 2010

Prólogo - Página 1

Belo Horizonte, 1940
No salão, todos os poderosos de Minas Gerais. Garçons serviam iguarias francesas em pratos de porcelana, enquanto os convidados abriam guardanapos de linho e degustavam champagne em copos de cristais. Na mesa central, um jovem de cabelos pretos muito sorridente levava aos lábios a mão da jovem ruiva, de frios olhos verdes. Com o vestido branco rendado, cheio de pérolas, lembrava uma princesa russa. Mas não passava de uma vulgar emigrante encontrada por seu filho.
Com esse pensamento, Elvira atravessou o salão com um sorriso congelado nos lábios. Com movimentos leves, o seu longo vestido azul mal tocava o chão. O único contraste em sua figura era a mão esquerda, que ela abria e fechava várias vezes, como se estivesse sentindo alguma dor.
– Madame Elvira. A festa está maravilhosa. – uma convidada lhe tomou o braço.
– Madame Sílvia. É uma honra ouvir essas palavras da mulher mais elegante de Belo Horizonte.
– Imagina. – O sorriso de Madame Sílvia se ampliou. Ela continuou falando amenidades, Elvira apenas sacudia a cabeça. Mas seus olhos passavam por todas as mesas até localizar quem desejava.
– Madame Sílvia. Prometo sentar em sua mesa em instantes para continuarmos nossa conversa. Mas um dos convidados está me chamando.
– Claro. Como mãe do noivo você deve circular. Mas vou ficar lhe esperando.

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