A origem da Páscoa é remota, e seus festejos diversos. Cheia
de simbolismos ligados diretamente com a história da humanidade, e, neste caso,
não apenas com a parte cristã. Mas nem a travessia do mar vermelho, nem a
fertilidade representada pelo coelho são muito lembradas no dia de hoje. Para
grande parte da população brasileira a questão toda é o preço dos ovos de
páscoa.
Os ovos e coelhos começaram de forma inocente, eram de
chocolate ao leite, em embalagens coloridas. Com o tempo os ovos foram ganhando
bombons. Depois, nossas barras de chocolate favoritas foram promovidas a ovos
neste período especial, após os bombons viraram brinquedos e finalmente suas
cascas foram recheadas.
Assim como os seus sabores foram ficando diversificados,
seus valores foram sendo aumentados. A cada ano eles aparecem mais caros, e as
redes sociais se enchem de protestos e sugestões do tipo: não compre o ovo,
compre a barra.
Se o presenteado adorar ovos de lojas mais renomadas, o
custo de três ovos pode até mesmo pagar uma joia. E se os valores continuarem
nesta exponencial irá facilitar muito a vida das mulheres, que poderão trocar
facilmente os ovos de chocolate por brincos de diamante.
Em relação às crianças, hoje já é mais fácil deixar o
chocolate (que afinal facilita o aparecimento de cáries e da obesidade
infantil) por brinquedos, pois dois ovos infantis não saem por menos de
cinquenta reais.
Mas para economizar mesmo, as famílias podem simplesmente
resgatar a função de um almoço juntando pais e filhos (com seus tables e
smartphones desligados).
Só que não adianta reclamar quando a questão da elevação do
preço dos ovos não passa de um simples reflexo de uma sociedade consumista, que
não pensa mais nos porquês, mas sim no que comprar e ganhar. Todas as datas
especiais estão sendo soterradas pelo ter que comprar ter que dar. Sendo que o
simples às vezes tem muito mais amor.