quarta-feira, 11 de maio de 2011

Achados e Perdidos

Um cartaz no banheiro. Um aviso nervoso de que uma moça havia perdido uma pulseira. Um pedido desesperado de que alguém a devolvesse. A pulseira não é comum. É um presente do noivo que está no Haiti. Tem um pingente com o nome de guerra do amor da Larissa.
Fiquei curiosa em saber se alguém já entrou em contato. Fiquei encucada pensando se existe alguém que tenha coragem em ficar com um objeto que, por mais valor financeiro que possa ter, é um verdadeiro laço emocional. É a presença dele aqui, é o saber de que ela não está desprotegida por ter um pedaço do seu carinho sempre em seu braço.
Nas breves palavras do cartaz, senti toda a dor da perda e desejei que alguém encontre o objeto e o devolva. Tem dois telefones e um endereço de e-mail. É impossível não acha-la. A menos que o destino tenha colocado um estranho, uma criatura que passou por aqui apenas para fazer uma entrevista e nunca mais voltou, levando consigo algo que não lhe pertence.
Mas... e se ninguém o encontrou? Se por uma brincadeira do destino, a pulseira era pequena e foi via ralo? Ou até mesmo pela descarga? Afinal, ela foi perdida em um banheiro. Quando eu era pequena, duas correntes se foram pelo ralo do chuveiro. Lembro que chorei muito. Ninguém gosta de perder.
Boa sorte a Larissa, que ela encontre o seu elo de ligação. E mais boa sorte a todos nós, que muitas vezes perdemos aquilo que nem sabemos que havíamos ganhado.


* Imagem retirada da internet – capa do livro Achados e Perdidos de Oliver Jeffers

Um comentário:

  1. "que muitas vezes perdemos aquilo que nem sabemos que havíamos ganhado." Lindo!!!

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