segunda-feira, 27 de junho de 2011

Encarangada


Nasci em janeiro, em pleno o verão de um país tropical, sou apaixonada por praia, sorvete e suco de melancia bem gelado. Acredito que não exista nada melhor do que caminhar no final da tarde em um parque para relaxar. Saladas diversas nas refeições, uma calça e uma blusa já me deixam vestida e pronta para sair.

Mas eu também moro no Sul, onde no inverno um vento minuano machuca a pele ao passar. Em um dia como hoje, as pontas dos dedos há muito deixaram de ser sentidas. Existe uma necessidade imensa de comida quente. Resisto beber qualquer coisa, só para evitar ir ao banheiro. Roupas e mais roupas me apertam, impedindo qualquer movimento de maior intensidade.

Não posso dizer que sai de casa ao amanhecer, pois a noite ainda dominava o céu quando coloquei a ponta do nariz para fora da porta. Senti medo do vento que balançou o meu carro ao andar. E desejei mil vezes ter ganhado na mega-sena acumulada. Mas ao olhar para o lado e ver crianças com roupas fininhas e pessoas encolhidas embaixo de jornais, me arrependo de minhas reclamações. Por mais difícil que seja ir trabalhar, estou indo de forma quentinha, e tenho um lugar protegido para voltar.

Só não vou aceitar que alguém me diga hoje que gosta de inverno. Pode debochar que o meu time perdeu, olhar de cara feia para o meu dedo machucado e até mesmo dizer que pareço um embrulho de natal. Mas dizer que este frio é uma delícia, eu não admito.

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