segunda-feira, 13 de junho de 2011

Esquecer



Li em uma revista que um dos passos para ser feliz é esquecer todas as mágoas. Tem sentido e acho uma ação muito fácil...na teoria. Todos nós temos algo que nos incomoda no passado. Pode ser aquele “eu te amo” trancado na garganta, uma questão assinalada errada, um atraso de cinco minutos, uma ida ao banheiro quando o telefone tocou. Isso é esquecido quando se encontra um novo amor, se é aprovado em outro teste ou se recebe um novo telefonema com notícias bem melhores.

Mas existem fatos que não podem ser esquecidos. Cuja mágoa é colocada lá no fundo do coração, longe do cérebro, numa tentativa infantil de ser esquecida pelos pensamentos. Mas um belo dia, uma situação, filme, comercial de margarina ou até mesmo a TPM clássica funcionam como um gatilho. A dor volta, as lágrimas escorrem, e velhas questões nos atingem como um caminhão. Neste momento não é possível ser racional, mas quando se consegue ter um leve momento de lucidez, podemos perceber o quanto aquele grão ainda interfere nas nossas decisões e julgamentos.

Esquecer o superficial é fácil, mas apagar uma perda é impossível. Talvez uma lobotomia. Mas a verdade é que só o tempo nos resta, para amadurecer e crescer, e assim aprender a não deixar essa dor interferir nas decisões do presente e aumentar ainda mais o sofrimento no futuro. Ao contrário do que diz a revista, nem sempre podemos esquecer e algumas vezes a lição a ser aprendida não é nossa.

Nesta questão sem solução, talvez o melhor seja se deixar chorar, para depois lembrar de tudo de bom que nos cerca e buscar um sorriso na nossa própria face como se fosse um arco-íris após a tempestade.

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