Nas últimas semanas tenho me lembrado do livro “Confissões de Adolescente”. Tinha uma parte no livro que falava sobre um monstro que pulsa dentro da gente, que rosna, pula e grita. A impressão que eu tenho é que agora, já balzaquiana, eventualmente esse monstro me faz uma visita.
Hoje eu o chamaria de Ansiedade, ele é tão forte que faz o meu estomago doer. Outras vezes, ele sabota a minha dieta, compulsivo por doces e massas. Ele também me deixa dormente, sem vontade de ir a academia. O problema é quando ele encontra a Dona TPM e se torna violento, abrindo a minha boca para falar mais rápido do que a mente pode avaliar.
Mas eu sei a razão dele estar aqui. Sou o que chamam de adolescente tardia, que ainda vive com a mamãe e apesar de ter muitas responsabilidades profissionais, ainda se sente segura ao receber um colo e um cafuné. Só que 2011 é um ano de mudanças, profundas e definitivas, o que me fez descobrir que amadurecer também dói.
Em menos de oito meses estarei enfrentando um outro tipo de realidade, algumas cobranças e outros desafios. Pois ser realmente dono do próprio nariz implica em abandonar o ninho, cortar o cordão umbilical. O fato de ter demorado tanto faz as minhas pernas tremerem, e medos absurdos me assolam eventualmente tarde da noite.
Como alimento para esse monstro está o stress de ter comprado um apartamento na planta e o mesmo estar atrasado e ver que todos os itens necessários para realizar um casamento são um abuso de caro. Parecem sinais para não sair de casa.
Mas como a minha mãe, preciso crescer e encarar o mundo em sua totalidade. Respiro fundo, procuro pelo sol e me convenço de que as minhas pernas estão fortes suficientes para desbravar o mundo. Agora basta convencer o monstro para ele voltar a dormir.
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