quinta-feira, 12 de julho de 2012

O arrasa quarteirões dos livros

Provavelmente, quando eu tiver filhos adultos, eles só tomarão conhecimento dos livros de Sidney Sheldon pela minha pequena biblioteca. Digo isso, porque, como autor de best-sellers, ele está condenado a ser esquecido. Nenhuma aula de literatura vai utilizar seus livros em trabalhos de classe ou estará na lista das leituras obrigatórias no vestibular.

Mas, para a geração de agora, a herança, principalmente de suas mães, ainda faz com que seus livros custem valor de lançamento e seu nome ainda esteja entre os mais lidos do mundo, tornando-o um dos arrasas quarteirões da literatura, um dos mais famosos autores do gênero best-sellers.

Seus livros não são difíceis, poderia resumir todos como mulheres bonitas, homens sensuais e um enredo que não vai fazer o leitor desgrudar da história a noite inteira. São todos os livros iguais? Talvez. Se considerarmos a forma de prender o leitor.

Entre os críticos, ele é usado como referência (algumas vezes em tom pejorativo): tal autor escreve como Sidney Sheldon, ou ele tenta mas não chega a ser um Sidney Sheldon. Nos blogs dos jovens leitores, ele é um dos mais citados entre os que estão iniciando na leitura adulta.

Conheci os livros de Sidney Sheldon no início da adolescência, através da ladra de obras de arte de “Se houver Amanhã”, sensual e sofredora. Confesso que me fez perder um pouco do meu senso de ética e torcer pelo seu final feliz (pois, apesar de mocinha, ela era uma criminosa). Esse foi o meu primeiro passo.

Chorei lendo “A Ira dos Anjos”, um livro que não tem nada de feliz (contrariando o estigma que toda mocinha de best-seller se sai bem no final). Visualizei os bastidores mais sórdidos de Hollywood com “Um estranho no espelho”, pois ninguém melhor que o roteirista de “Jeanne é um gênio” para nos descrever o mundo das estrelas.

Conheci o conflito dos bascos através de quatro freiras no empolgante “As areias do tempo”, assim como a dedicação médica no delicado “Nada dura para sempre”. Corri para ler a continuação de “O Outro Lado da Meia-Noite” e confesso que fiquei bastante decepcionada com “Lembranças da Meia-Noite”, os dezesseis anos de diferença entre o primeiro e o segundo fizeram os personagens se perderem.

Do mundo imobiliário de “Escrito nas Estrelas” a um livro que serve mais como alerta sobre o que os governos estão fazendo com o clima em “O céu está caindo”, Sheldon passou por vários mundos, todos com muito luxo, sexo, intriga, suspense, lágrimas, enganos, paixões e milhas rodadas, pois cada história sempre envolvia um ou mais lugares diferentes.

Sua obra pode não trazer nada de revolucionário, ser realmente apenas uma forma de ganhar dinheiro. Mas ainda é deliciosa após um cansativo dia de trabalho ou uma tarde deitada sob a proteção de uma sombra, em um quente dia de verão.

2 comentários:

  1. Amei seu post!
    Sheldon é mesmo um mestre independente das críticas, eu sou apaixonado e vou dar o melhor de mim pra que ele nunca seja esquecido!

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  2. Obrigada, Felix!

    Tenho certeza que você não está sozinho, imagino que muito dos fãs do escritor(incluindo eu), ainda irão preservar a sua obra e tentar repassar a outras gerações.

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