domingo, 16 de janeiro de 2011

Capítulo Vinte e Dois

São Paulo, Morumbi

– Certo. Em três horas? Ótimo. Dois lugares então. – João tirou o fone do ouvido e olhou para Doca – Abra o meu guarda-roupa, a porta do meio, e pegue uma pequena mala. Coloque suas coisas nela. – Discou um novo número – Oi. Preciso de um táxi. O endereço é...
Doca correu até o quarto. Achou uma mala preta que colocou no chão e abriu.
– Ótimo. Não tem nada. – correu até a sala puxando a mala pelas rodas até a poltrona onde estavam as suas coisas.
– Temos vinte minutos Doca. A recepção irá avisar quando o táxi chegar.
O tempo passou voando e uma hora e meia depois, estavam no saguão do aeroporto correndo até o balcão da companhia. Doca só ouvia João falar com a moça de uniforme com o cabelo preso no alto da cabeça. Foi só quando entraram na aeronave é que ele se deu conta: iria viajar de avião.
– João?
– Sim. – João olhava o relógio e calculava o tempo de chegada.
– É realmente seguro?
– O que é seguro?
– Viajar de avião?
– Mais seguro do que ficar no meio de uma BR à noite. – João brincou.
– Fala sério.
– Eu também – e escabelando os cabelos de Doca – você vai adorar.
Doca ouviu o aviso de apertarem os cintos. Sentiu a pressão empurrar o seu corpo contra a poltrona quando o avião levantou vôo, e prendeu a respiração ao ver tão de perto na sua janela. Criando coragem, soltou o cinto e colocou o rosto perto do vidro. Naquele momento, esqueceu tudo ao ver pela janela a cidade pequena, como se fosse um formigueiro.
João interrompeu Doca quando as aeromoças serviram o lanche, e quanto elas retornaram para recolher as bandejas, um novo aviso para apertarem os cintos foi ouvido.
Chegaram no aeroporto Afonso Pena. Seguindo o fluxo até a porta de saída e encontraram o ponto de táxi.
– Boa noite. Rua Agamenon Magalhães, por favor.
– Claro, senhor.
– Aqui é Curitiba? – Doca olhava as ruas e pensou que Curitiba deveria ser muito pequena.
– Não, rapaz – o taxista riu – aqui é São José dos Pinhais. Logo, logo entramos em Curitiba.

João conferiu o número e olhou o nome do condomínio: “Ilhas Gregas”. Pagou a corrida e pegou as malas.
– E agora?
– Agora vamos rezar para que ela ainda viva aqui e nos receba. – João caminhou até a portaria, onde um homem de meia-idade assistia o jornal local em uma pequena televisão.
– Boa noite. Gostaria de falar com a senhora Odete Etzufp.
– Boa noite. Qual o seu nome?
– João. João Galdos.
– Só um momento. – o homem colocou um fone no ouvido e apertou um botão em um painel – Boa noite senhora Odete. Um senhor chamado João – como é mesmo o seu sobrenome?
– Galdos.
– Um senhor chamado João Galdos está aqui para falar com a senhora. Certo, obrigada senhora Odete. – O homem devolveu o fone e apertou um botão. – Vocês podem subir. É nesse primeiro edifício, o Santorini. Apartamento 1303.
O portão se abriu, João e Doca entraram e se dirigiram até o primeiro prédio. Um outro porteiro se encontrava ali.
– Boa noite. Em que apartamento vocês vão?
– No 1303, da senhora Odete.
– Certo.Sigam pelo corredor e peguem o outro elevador. Vocês irão sair na frente do apartamento. É no décimo terceiro andar.
– Obrigada. – João agradeceu e os dois seguiram pelo corredor. Encontraram uma pequena sala com sofás de espera. O elevador encontrava-se no térreo e João abriu a porta para Doca entrar. Ao fechar a porta, apertou o botão com o número treze sinalizado e aguardou. Quando o elevador parou, abriram a porta e a luz já estava acessa, assim como a porta do apartamento. João viu uma senhora parada lhe olhando e notou o seu sorriso ao ver Doca sair.
– Sejam bem-vindos.

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